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Próxima sonda da NASA poderá chegar quase 10 vezes mais longe que as Voyager

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Abril de 2021 às 16h40

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NASA/Goddard Space Flight Center
NASA/Goddard Space Flight Center
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Para a grande satisfação dos cientistas, as sondas Voyager 1 e 2 conseguiram chegar ao espaço interestelar — ou seja, nos limites da heliosfera — em 2012 e 2018, respectivamente. Agora, uma equipe de mais de 500 cientistas, engenheiros e entusiastas da área planeja lançar a sonda Interstellar Probe para ir além dessas antecessoras, viajando quase dez vezes a distância percorrida pelas Voyager até chegar ao espaço interestelar para estudar a heliosfera.

A heliosfera é a região de influência solar, que forma um “escudo” que protege nosso sistema de raios cósmicos altamente energizados. De fato, as sondas Voyager alcançaram o limite da "bolha" dessa influência do Sol; contudo, elas não tinham instrumentos voltados para estudar a região, de modo que várias perguntas relacionadas às interações do Sol com o meio interestelar ficaram sem respostas. É aqui que entra essa nova empreitada da NASA e de seus parceiros, que visa levar a sonda para explorar mais profundamente o espaço interestelar em uma viagem de mil unidades astronômicas.

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Para isso, será necessário que a sonda seja autônoma, compacta e leve, mas robusta o suficiente para conseguir coletar dados e se comunicar com as equipes na Terra. Assim, a equipe resolveu aproveitar o que já conhecemos, e está desenvolvendo o projeto da sonda com base no design da New Horizons, que foi lançada em 2006 com destino a Plutão — mas, claro as melhorias necessárias serão adicionadas. Além disso, assim como as outras, a Interestellar Probe deverá ser alimentada por um gerador termoelétrico de radioisótopos, que oferece energia para missões mais longas.

Essa nave poderia ser lançada no início da década de 2030, levaria cerca de 15 anos para chegar ao limite da heliosfera — o que representa um ritmo mais ágil se a compararmos com as Voyager, que levaram mais de 30 anos para chegar lá — e poderia durar pelo menos 50 anos. Elena Provornikova, líder do projeto, comenta que a sonda poderá investigar o meio interestelar, onde a humanidade jamais foi: "pela primeira vez, vamos tirar uma foto da nossa grande heliosfera do lado 'externo' dela, para ver como o Sistema Solar, a nossa casa, é", explicou ela.

A equipe espera que a missão possa trazer respostas sobre as interações do plasma solar com os gases interestelares, que formam a nossa heliosfera, o que há além dela e até a forma da heliosfera. Para isso, a missão planeja “tirar fotos” da heliosfera com átomos neutros e, quem sabe, observar um pouco da luz extragaláctica de fundo, produzida logo no início da formação da Via Láctea. Por fim, os cientistas também esperam saber mais sobre como o Sol interage com a galáxia, que pode ajudá-los a saber como outras estrelas interagem com seus arredores.

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Contudo, ainda há mais algumas etapas pela frente até que tudo isso aconteça. Como esse foi o último ano de um “estudo conceitual pragmático” de quatro anos de duração, em que a equipe investigou os objetivos científicos que podem ser alcançados com a missão, ainda falta apresentar um relatório à NASA. O documento terá que trazer o potencial científico, os instrumentos que seriam usados, um exemplo de como a espaçonave seria e possíveis trajetórias para a missão: “nossa abordagem é estabelecer as opções do que pode ser feito em uma missão espacial assim”, finaliza Provornikova.

Fonte: Universe TodayEuropean Geosciences Union, Interstellar Probe