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Por que não se pode olhar diretamente para o eclipse solar

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Março de 2024 às 14h11

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 Bryan Goff/Unsplash
Bryan Goff/Unsplash

O eclipse solar provoca enorme fascínio. Olhar a Lua bloqueando os raios solares e sombreando o Sol é realmente uma experiência espetacular, mas você nunca deve fazer isso sem equipamentos adequados.

Olhar diretamente para cima pode causar danos à saúde ocular, incluindo a retinopatia solar e até a “cegueira solar”. 

Por causa dos episódios conhecidos de retinopatia solar, a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) alerta para os riscos para quem deseja observar o eclipse solar. Há meios para tornar a observação 100% segura, como veremos.

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O que é retinopatia solar?

Conhecido como maculopatia solar ou retinopatia solar, o quadro é provocado por danos à retina. O problema envolve a mácula, parte central da retina, e é responsável pela visão detalhada e nítida. Em alguns casos, os danos podem ser permanentes, como a perda parcial ou total de visão.

Este tipo de dano à retina pode ocorrer quando uma pessoa olha diretamente para o Sol ou ainda para um eclipse solar — a causa mais comum.

Além de amantes da astronomia, a retinopatia solar pode acometer pilotos de avião, religiosos que cultuam o corpo celeste ou mesmo indivíduos que querem “tonificar e fortalecer” a visão, olhando diretamente para cima, por longos períodos.

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Danos permanentes à visão

Na literatura científica, existem inúmeros relatos de pessoas que apresentaram problemas de visão após a observação de um eclipse solar. Isso porque os fotorreceptores da retina são danificados. O problema não necessariamente surge no mesmo instante da observação, podendo aparecer horas ou até dias depois. 

Nos EUA, há o caso de uma mulher, com cerca de 20 anos, que começou a apresentar sintomas da retinopatia solar três dias após a observação do eclipse solar. Ela descreve a experiência como enxergar uma mancha preta na sua visão, com o mesmo formato de uma Lua crescente.

Após ser atendida pela equipe da Escola de Medicina Mount Sinai, os médicos responsáveis por seu caso descreveram os achados na revista JAMA Ophthalmology. O problema de visão foi confirmado através de exames, incluindo a Tomografia de Coerência Óptica. No Brasil, casos semelhantes já foram relatados.

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Como proteger a visão no eclipse solar?

Segundo artigo publicado na revista Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, o perigo de se olhar para o Sol é conhecido há séculos. Tanto é que, segundo os autores, “Sócrates já advertia as pessoas a observarem o eclipse solar apenas pelo seu reflexo na água”. 

A sugestão do filósofo da Grécia Antiga ainda é bastante atual. Segundo a Nasa, “mesmo durante um eclipse parcial ou anular, ou durante as fases parciais de um eclipse total, o Sol estará muito brilhante”.

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Por isso, lembre-se: é preciso usar algum filtro protetor.

“Observar qualquer parte do Sol brilhante [durante o eclipse] através de lentes de câmera, binóculo ou telescópio, sem um filtro solar especial, fixado na parte frontal da óptica, causará instantaneamente lesões oculares graves”, alerta a agência.

Melhores estratégias para ver o eclipse solar

Para ver o eclipse solar com segurança e sem colocar em risco à saúde da visão, a NASA orienta o uso de óculos com o certificado ISO 12312-2 — eles são diferentes dos óculos normais de sol e são conhecidos como “óculos de eclipse”. Para os equipamentos, é preciso usar filtros adequados nas lentes.

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Além de observar o eclipse através de um lago, outra boa opção caseira é construir uma câmera estenopeica ou pinhole com uma caixa de sapato. Aqui, vale tudo menos olhar diretamente para o Sol.

Para quem curte observar fenômenos astronômicos, a parte boa é que vai dar tempo de se preparar e garantir o equipamento adequado. No Brasil, o próximo eclipse solar visível deve acontecer apenas no dia 2 de outubro. Quem vive no centro-sul do país poderá acompanhar o fenômeno.

Fonte: NASAJAMA Ophthalmology e Arquivos Brasileiros de Oftalmologia