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Planeta 9 pode estar mais perto do Sol do que imaginávamos — se ele existir

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Agosto de 2021 às 14h05

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R. Hurt/Caltech
R. Hurt/Caltech

A história do suposto Planeta 9, um mundo ainda não descoberto que estaria localizado além da órbita de Netuno, é repleta de reviravoltas. Na última década, os astrônomos se depararam com alguns sinais de que ele realmente existe, mas, no início deste ano, um artigo mostrou que todos eles estariam levando os cientistas a um “beco sem saída”. Agora, um novo estudo determinou onde ele pode ser encontrado.

Por volta de 2012, o astrônomo brasileiro Rodney Gomes, do Observatório Nacional, observou a órbita de alguns objetos no Cinturão de Kuiper (área que se estende entre a órbita de Netuno até um pouco além de Plutão), e concluiu que apenas a força gravitacional de algo grande e massivo — como um planeta — poderia explicar os trajetos deles.

Essa hipótese ganhou força em 2016, quando uma dupla de astrônomos publicou um artigo que mencionava esses objetos de órbita estranha no Cinturão de Kuiper, e explicava como algo massivo estaria exercendo o papel de “organizar” a trajetória desses corpos. O assunto, entretanto, é controverso na comunidade científica — enquanto a NASA já admitiu a possibilidade de existir um Planeta 9, muitos pesquisadores não estão convencidos.

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O novo estudo, publicado pela mesma dupla de 2016, não apenas reexamina o trabalho original, como também o coloca de frente para as críticas que ele recebeu. Uma delas é que o efeito de agrupamento de objetos de órbita incomum pode ter surgido nos dados por causa de algum viés observacional — algo comum de acontecer com cientistas que procuram evidências de algo que desejam encontrar. Se os corpos externos do Sistema Solar são difíceis de encontrar devido à distância do Sol, é conveniente procurar onde parece haver grupos estranhos.

Pois bem, os autores do novo estudo consideraram o viés observacional, e descobriram que o agrupamento observado por Rodney Gomes no Cinturão de Kuiper ainda é estatisticamente incomum. Eles concluíram que as chances daquelas órbitas estranhas serem fruto do acaso é de apenas 0,4%. Assim, eles recalcularam a provável órbita do Planeta 9 através de simulações e apontaram a melhor localização.

Há algo muito curioso neste estudo, no entanto: o resultado coloca o Planeta 9 mais perto do Sol do que se pensava até então. Como isso é possível, se é justamente a distância maior que impede os telescópios de detectá-lo? Bem, os autores argumentam que as observações descartavam as opções mais próximas para o Planeta 9, por isso os astrônomos estavam restritos a localizações mais afastadas durante a busca.

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O debate ainda está longe de terminar, mas os autores afirmam que, se este estudo estiver correto, o Observatório Vera Rubin conseguirá detectá-lo, ou até mesmo instrumentos menos poderosos. “Em sua magnitude mais brilhante prevista [pelas simulações], o Planeta Nove poderia muito bem estar ao alcance do grande número de pesquisas do céu sendo realizadas com um telescópio modesto”, diz o artigo, disponível no arXiv.org.

Fonte: Universe Today