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Perseverance encontra rocha que pode ter sinais de vida antiga em Marte

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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A NASA revelou que o rover Perseverance encontrou uma rocha intrigante em Marte. Segundo um comunicado da agência espacial publicado na quinta (25), a rocha em questão tem formato parecido com o da ponta de uma flecha e é repleta de estruturas que lembram veias. Ela foi chamada de Cheyava Falls, e talvez ajude os cientistas a entender se o Planeta Vermelho realmente abrigou formas de vida microscópicas no passado. 

O Perseverance encontrou a rocha em 21 de julho enquanto explorava Neretva Vallis, o antigo vale de um rio que foi aberto pelo fluxo da água que corria à cratera Jezero. Cheyava Falls tem grandes veias brancas de sulfato de cálcio, e entre elas, há faixas de material avermelhado, sugerindo a ocorrência de hematita — o mineral é um dos responsáveis por Marte ser o Planeta Vermelho.

Análises realizadas pelos instrumentos do rover indicam que a rocha tem qualidades que correspondem à definição de um possível indicador de vida. Segundo informações da NASA, a rocha tem assinaturas químicas e estruturas que talvez tenham sido formadas por seres vivos há bilhões de anos, quando a área ainda tinha fluxos de água. 

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Análises do instrumento SHERLOC (Scanning Habitable Environments with Raman & Luminescence for Organics & Chemicals) revelaram que existem compostos orgânicos ali. Apesar de as moléculas orgânicas serem consideradas os blocos construtores da vida, é importante lembrar que também podem ser formadas por processos não-biológicos. 

Ao observar mais profundamente as áreas avermelhadas na rocha, o Perseverance encontrou dezenas de manchas claras e irregulares cercadas por algum material escuro, parecidas com as manchas das onças. Depois, análises do instrumento PIXL (Planetary Instrument for X-ray Lithochemistry) revelaram que os círculos pretos contêm ferro e fosfato.

David Flannery, astrobiólogo e membro da equipe do Perseverance, ficou surpreso com estas estruturas. “Na Terra, esses tipos de características nas rochas são frequentemente associadas ao registro fossilizado de micróbios que vivem na subsuperfície”, comentou. De acordo com a NASA, manchas assim em rochas sedimentares podem ser produtos de reações químicas com a hematita, que fizeram a rocha vermelha ficar branca.

As reações podem liberar ferro e fosfato e, possivelmente, devem ter formado os anéis pretos. Reações do tipo podem ser fontes de energia para microrganismos, o que explicaria a possível associação entre as estruturas e micróbios em um solo do tipo.

Vida em Marte?

Há bilhões de anos, Marte foi um planeta quente e úmido, muito mais amigável para a vida como conhecemos. No entanto, ainda não foram encontradas evidências de que algum ser exista ou tenha existido por lá. 

Pode soar desanimador para os entusiastas da busca por vida fora da Terra, mas é importante destacar que as formações na rocha não são uma confirmação de que houve alguma forma de vida em Marte. 

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Como de costume, os membros da equipe do Perseverance também estão considerando outras explicações para as formações observadas — e, por isso, é possível que as estruturas não tenham relação alguma com seres vivos. Assim, mais pesquisas e análises são necessárias para os cientistas determinarem se vida microbiana é ou não uma explicação válida para o que observaram.

Fonte: NASA