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Para pesquisadora, fósforo pode ser a chave para busca de mundos habitáveis

Por| 16 de Setembro de 2020 às 22h00

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

O fósforo presente nas estrelas pode ter um papel importantíssimo para estudos e buscas por vida no universo. Assim, Dra. Natalie Hinkel, pesquisadora do Southwest Research Institute desenvolveu técnicas para identificar estrelas que possam conter exoplanetas tomando como base as estrelas que já conhecemos nesta condição.

Para Hinkel, astrofísica planetária e principal autora do artigo sobre esta pesquisa no Instituto, os próximos estudos deveriam ser direcionados ao fósforo nas estrelas para que seja possível encontrar sistemas que tenham maiores chances de abrigar a vida como conhecemos. “Quando estamos procurando exoplanetas e tentando descobrir se eles podem ser habitáveis, é importante que um planeta esteja vivo com ciclos ativos, vulcões e placas tectônicas”, diz ela. 

Entretanto, é preciso ir além destas condições; Hilairy Hartnett, co-autora do estudo e oceanógrafa, ressalta que o fósforo é um elemento essencial para a vida na Terra, principalmente para a criação do DNA, desenvolvimento dos ossos, dentes e outros processos. Assim, Hinkel utilizou o Catálogo Hypatia para seu estudo, uma base de dados pública que ela desenvolveu para comparar as taxas de abundância de carbono, nitrogênio, silício e fósforo em estrelas próximas com aquelas no plâncton marinho, crosta terrestre e silicato na Terra e em Marte. 

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Como não ainda não é possível determinar as taxas dos elementos que compõem ecossistemas de planetas, os pesquisadores utilizam análises espectroscópicas da abundância deles nas estrelas para verificar como a luz interage com os elementos das camadas superiores. Assim, é possível inferir o que compõe as estrelas, e estes dados podem guiá-los para entender a composição dos planetas que as orbitam. O problema é que há pouquíssimos dados sobre a presença do fósforo nas estrelas — o que existe hoje abrange cerca de 1% delas, de modo que não é possível dizer se existe alguma relação entre as estrelas e o papel do fósforo na evolução dos exoplanetas. 

Desta forma, a autora ressalta que o Sol possui níveis relativamente altos de fósforo, enquanto a vida na Terra precisa de uma pequena quantidade do elemento. Então, é possível que os planetas rochosos que se formam à volta de estrelas com poucos níveis de fósforo podem não conter níveis suficientes do elemento para que ocorra alguma forma de vida neles. “Precisamos que a comunidade de abundância estelar priorize a observação do fósforo em futuros estudos e projetos de telescópios”, finaliza. 

O artigo do estudo foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters.

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Fonte: Southwest Research Institute