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Alguns exoplanetas podem ter maior variedade de formas de vida do que a Terra

Por| 23 de Agosto de 2019 às 11h12

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Há muito tempo a pergunta “existe vida em outros planetas?” alimenta a nossa imaginação e move estudos científicos diversos. Mas, talvez, em um futuro próximo, a pergunta seja substituída por “quantas formas de vida existem em outros planetas?”. É que de, acordo com um novo estudo, alguns exoplanetas podem ter melhores condições de vida do que a própria Terra.

"Esta é uma conclusão surpreendente", disse o pesquisador Stephanie Olson, doutor da Universidade de Chicago e autor do estudo. "Nos mostra que as condições em alguns exoplanetas com padrões de circulação oceânica favoráveis podem ser mais adequadas para sustentar vida mais abundante ou mais ativa que a vida na Terra".

Ele apresentou uma síntese de seu trabalho em uma palestra no Goldschmidt Geochemistry Congress, em Barcelona. Durante sua apresentação, Olson descreveu a busca para identificar os melhores ambientes para a vida em exoplanetas. "A busca da NASA pela vida no Universo está focada nos chamados planetas na 'zona habitável', que são mundos que potencialmente possuem oceanos de água líquida”, disse. Acontece que nem todos os oceanos têm o mesmo potencial de abrigar vida. “Alguns oceanos serão melhores lugares para se viver do que outros devido a seus padrões de circulação global”.

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Com a ajuda do software ROCKE-3-D, desenvolvido pelo Instituto Goddard, da NASA, a equipe de Olson modelou as prováveis condições em diferentes tipos de exoplanetas, simulando os climas e habitats oceânicos de diferentes tipos de mundos fora do Sistema Solar. Para orientar esse estudo, Olson se baseia nas condições de vida nos oceanos da Terra, que “depende de fluxo ascendente, que devolve nutrientes das profundezas escuras do oceano às partes iluminadas pelo sol, onde vive a vida fotossintética”, explica. Quanto maior esse fluxo, mais haverá nutrientes e, portanto, mais atividade biológica. “Essas são as condições que precisamos procurar nos exoplanetas”, concluiu.

Assim, eles criaram modelos de vários exoplanetas possíveis para definir quais tipos de mundos teriam as melhores chances de desenvolver e sustentar grandes biosferas. Com esse método, descobriram que “uma densidade atmosférica mais alta, taxas de rotação mais lentas e a presença de continentes, resultam em taxas de fluxo ascendente mais altas”. O mais surpreendente desse resultado é que a Terra pode não ser o planeta mais ideal para a vida, em comparação com outros planetas que podem ser ainda mais hospitaleiros do que o nosso, em outros sistemas estelares.

Essa conclusão pode ser muito importante, pois ajuda a “refinar” ainda mais os critérios ao olhar para algum exoplaneta em busca de vida, então é cada vez mais preciso escolher bem para onde apontar telescópios em busca de informações sobre as condições dos astros. Nas palavras de Olson, “devemos direcionar o subconjunto de planetas habitáveis ​​que serão mais favoráveis ​​a grandes biosferas globalmente ativas, porque esses são os planetas onde a vida será mais fácil de detectar”.

Ainda não não temos telescópios capazes de identificar exoplanetas que podem abrigar vida e testar essa hipótese, e o Dr. Olson sabe disso. Mas seu trabalho poderá fornecer critérios para os equipamentos do futuro, como o LUVOIR e o HabEx, que ainda são apenas conceitos desenvolvidos pela NASA. Uma vez que instrumentos como estes estiverem em ação, já saberemos o que procurar graças a trabalhos como o de Olson.

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Fonte: Phys.org