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OSIRIS-REx deve visitar outro grande asteroide após concluir missão em Bennu

Por| 19 de Janeiro de 2021 às 20h10

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NASA/Goddard/University of Arizona
NASA/Goddard/University of Arizona
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A sonda OSIRIS-REx, que obteve sucesso ao coletar amostras do asteroide Bennu, pode ganhar uma nova missão após trazer o material à Terra. A nave chegará por aqui somente em 2023, mas ainda estará em condições boas o suficiente para visitar outro objeto do Sistema Solar. Sendo assim, a NASA cogita enviá-la para uma nova jornada rumo ao asteroide Apophis, um objeto considerado perigoso para a Terra.

Se a agência espacial confirmar essa missão secundária, a OSIRIS-REx chegará a Apophis em abril de 2029, que é uma época bastante conveniente. É que, pouco antes dessa data, o asteroide de aproximadamente 325 metros passará bem perto de nosso planeta, a cerca de 31.900 quilômetros de distância. Se a previsão dos cientistas se concretizarem, a aproximação não apresentará riscos à Terra, mas será uma grande oportunidade de observar a rocha espacial de pertinho.

Na verdade, não haverá outro asteroide perto o suficiente para que a OSIRIS-REx possa alcançar a longo prazo após finalizar a primeira — e principal — missão. O Apophis só estará ao alcance da sonda justamente por causa dessa aproximação que ele fará em 2029, então podemos brincar dizendo que os astros jogaram a favor da NASA. Para Dante Lauretta, principal pesquisador da missão OSIRIS-REx, a chance de visitar Apophis é uma “surpresa muito boa”.

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Além disso, será uma boa oportunidade para ver as consequências da aproximação. A OSIRIS-REx não chegará ao asteroide a tempo de observá-lo durante o “encontro” com a Terra, mas poderá ver se a conjunção resultará em alguma mudança na estrutura do Apophis. Como a rocha espacial estará na área de influência da gravidade de nosso planeta, é possível que essa força gravitacional altere a órbita, rotação ou até mesmo a superfície e a estrutura interna do asteroide. A sonda pode ser capaz de descobrir todas essas mudanças.

Por fim, será uma chance para a OSIRIS-REx utilizar um instrumento que acabou não sendo muito útil na visita a Bennu. Estamos falando de dois lasers projetados para que a espaçonave disparasse na rocha antes de pousar. Os feixes permitiriam estudar os detalhes o asteroide através de uma espécie de eco para facilitar o pouso e as manobras, evitando qualquer chance de colisão. Mas quando a sonda chegou perto de Bennu, a equipe da missão descobriu existirem rochas demais para o sistema funcionar.

Felizmente, a NASA conseguiu criar um sistema alternativo para calcular o pouso e a manobra da nave, mas com isso os lasers se tornaram obsoletos — porém ainda valiosos para a ciência espacial. “Eu me sinto mal pelo instrumento”, disse Lauretta, que agora está ansioso para usar os lasers em outro asteroide. Afinal, quando você desenvolve um instrumento inteligente como este, você quer vê-lo em ação.

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Não há muita dúvida de que a aproximação de 2029 vai alterar consideravelmente a órbita do Apophis, e isso pode tornar as predições atuais dos pesquisadores bem incertas para a próxima conjunção, que será em 2036. Com a OSIRIS-REx pertinho do asteroide após a aproximação, a NASA terá mais detalhes sobre tudo o que acontecer com ele e todas as medições — que por sinal já foram alteradas várias vezes após diversas observações — poderão, finalmente, se tornar mais precisas.

Uma eventual colisão da Terra com o Apophis resultaria em um impacto equivalente a 880 megatons, de acordo com um estudo feito pela NASA em 2008, o suficiente para uma catástrofe, caso atingisse alguma região habitada. Para fins de comparação, a erupção do Krakatoa em 1883 foi equivalente a quase 200 megatons. Contudo, pesquisadores não veem motivos para considerar que os riscos de uma colisão sejam concretos.

Fonte: Space.com