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O que estrelas "irmãs gêmeas" do Sol podem revelar sobre o eletromagnetismo?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Solar Dynamics Observatory/NASA
Solar Dynamics Observatory/NASA

Uma equipe de cientistas da Universidade de Tecnologia de Swinburne e da Universidade de Nova Gales do Sul, ambas na Austrália, investigou um antigo mistério relacionado ao eletromagnetismo com a ajuda de diferentes estrelas a até 160 anos-luz de nós, cujas características são semelhantes àquelas do Sol.

A lei do eletromagnetismo descreve como os átomos e a luz interagem, e sua força é medida por um número “alfa”. O Modelo Padrão da física (aquele que descreve as partículas conhecidas e suas interações por meio de forças fundamentais) não traz explicações para o valor de alfa, ou seja, este pode variar de acordo com o local. Assim, os autores decidiram verificar se o número é constante em diferentes lugares da Via Láctea.

Para isso, eles estudaram estrelas parecidas com o nosso Sol para verificar se elas produzem um espectro semelhante àquele formado pela luz do nosso astro. Este espectro é resultado dos átomos na atmosfera das estrelas, que absorvem comprimentos de onda específicos e produzem linhas escuras no espectro, determinadas pelo número alfa.

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Isso significa que medir as linhas de absorção permite que os físicos coletem medidas de alfa. O problema é que a atmosfera das estrelas está em movimento constante, impedindo que comparem as linhas de absorção observadas com aquelas obtidas em laboratórios. Por isso, eles optaram por comparar estrelas “gêmeas” do Sol entre si.

Durante o estudo, a equipe mediu o espaço entre pares de linhas de absorção do Sol e de 16 outras estrelas semelhantes à nossa. Os espectros destas estrelas foram estudados com o telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO), que conta um instrumento capaz de separar a luz em suas cores e revelar as linhas de absorção.

Com os espectros em mãos, eles descobriram que alfa era constante nas 17 estrelas estudadas com precisão de 50 partes por bilhão, a maior já alcançada. Segundo os autores, os resultados permitem descartar mudanças grandes no valor de alfa na região local da Via Láctea, preenchendo uma lacuna entre medidas laboratoriais e restrições de locais distantes do universo.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Science.

Fonte: Science