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O país que inventou o vinho quer ser o primeiro a plantar uvas em Marte

Por| 16 de Janeiro de 2019 às 08h00

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O país que inventou o vinho quer ser o primeiro a plantar uvas em Marte
O país que inventou o vinho quer ser o primeiro a plantar uvas em Marte

Os primeiros colonizadores humanos que irão viver em Marte terão de abandonar diversos confortos comuns da vida na Terra, mas pelo menos um hábito eles poderão manter: o de tomar uma taça de vinho no fim do dia para esquecer os problemas.

E essa será a missão do projeto IX Millennium, que envolverá diversas pesquisas para a construção de uma infraestrutura para a plantação de uvas em Marte, que incluirá a identificação de quais variedades de uvas possuem maior chance de sobreviver à alta radiação, às mudanças bruscas de temperatura e às tempestades de areia do Planeta Vermelho. A pesquisa tem o intuito de desenvolver toda a infraestrutura necessária para o cultivo de uvas em Marte até 2024 — ano em que a Space X planeja lançar sua primeira missão de colonização ao planeta.

O projeto está sendo desenvolvido pela Geórgia, país que se autointitula o “criador do vinho” e que possui uma tradição vinícola que remonta a 6000 A.C. (Antes de Cristo). De acordo com Nikoloz Doborjginidze, fundador da Agência de Pesquisa Espacial da Geórgia, foram os ancestrais deles que trouxeram o vinho ao mundo, então é uma obrigação do país serem eles os primeiros a levarem vinho a Marte.

De acordo com a agência de notícias local Agenda.ge, as pesquisas começarão ainda este ano, e se iniciarão com a instalação de uma “estufa vertical” dentro de um hotel em Tbilisi, capital do país. Nessas estufas, serão colocados recipientes com solo e sementes de uvas, morangos e rúcula que irão se desenvolver num sistema hidropônico com luzes e mínima interferência humana, simulando as prováveis condições que essas culturas enfrentariam em Marte.

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Enquanto isso, especialistas em vinho do país pesquisarão quais as variedades de uva que possuem maiores condições de sobreviver no inóspito planeta e, dentro dos próximos anos, pesquisadores da Universidade de Tecnologia e Negócios de Tbilisi irão criar em laboratório um ambiente que simula as condições marcianas, expondo as plantas a temperaturas abaixo de zero, altos níveis de dióxido de carbono na atmosfera e uma pressão atmosférica equivalente à de Marte.

Ainda que se espere que esses experimentos gerem os primeiros frutos apenas em 2022, os cientistas já apostam que as uvas utilizadas para a criação de vinho branco serão as que melhor se adaptarão às condições do Planeta Vermelho, já que como elas possuem uma casca reforçada que as tornam resistentes a vírus, acredita-se que essa casca possa também refletir a radiação e torná-las uma forte candidata a se tornar umas das primeiras culturas de Marte.

Apesar da inovação, as pesquisas da Geórgia não são as primeiras voltadas para o desenvolvimento de uma cultura agrícola fora da Terra. Os astronautas da ISS (Estação Espacial Internacional) já cultivam sua própria salada em ambientes de microgravidade, e a sonda Chang’e 4 enviada recentemente à Lua pela China já está plantando algodão no nosso satélite natural. A iniciativa também não é a primeira envolvendo bebidas alcoólicas, já que a Budweiser já enviou sementes de cevada ao espaço com o objetivo de se tornar “a primeira cerveja de Marte”, enquanto a destilaria de uísque escocesa Ardmore enviou para a ISS em 2011 um engradado do melhor uísque da marca para testar os efeitos da microgravidade no envelhecimento de bebidas maltadas e, nos três anos que ficou na Estação, o uísque deixou de ser um dos mais saborosos do mundo para ficar com gosto de borracha queimada.

Mas ainda que a Geórgia esteja se empenhando em desenvolver um método para que os astronautas possam cultivar uvas em Marte, todo o processo para a criação de vinho (fermentação, engarrafamento e envelhecimento da safra) ficará por conta dos astronautas, que devem descobrir por si próprios como fazer isso em um ambiente tão diferente da Terra.

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Fonte: Live Science