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Núcleo exposto de planeta gigante gasoso é descoberto pela primeira vez

Por| 07 de Julho de 2020 às 13h33

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University of Warwick/Mark Garlick
University of Warwick/Mark Garlick

O universo está sempre nos surpreendendo e rendendo descobertas sem precedentes - o que acaba de acontecer mais uma vez. Pesquisadores do Departamento de Física da Universidade de Warwick descobriram o núcleo exposto de um planeta gigante gasoso orbitando uma estrela distante. Chamado de TOI 849, essa é a primeira vez que os cientistas encontram um núcleo intacto de um gigante gasoso.

O TOI 849 b foi descoberto por meio do telescópio espacial TESS, da NASA, por meio do tradicional método de trânsito. Esse método consiste em detectar alterações no brilho das estrelas e, assim, permite descobrir se algum objeto passou na frente delas. Dessa forma, a equipe encontrou o planeta em uma região conhecida como Deserto Netuniano, cujo nome foi escolhido pela baixa ocorrência de planetas com a massa de Netuno ali.

Em seguida, o objeto foi analisado por meio do instrumento HARPS, que utiliza o efeito Doppler para medir a massa dos exoplanetas a partir dos pequenos movimentos realizados por eles - pense em quando você está vendo uma estrela e nota que ela parece brilhar ora mais, ora menos. Com as análises, os pesquisadores descobriram que a massa do objeto é de 2 a 3 vezes maior - ele tem 43 mil km de diâmetro! - do que Netuno, e é incrivelmente densa também. Essa descoberta pode ajudar os cientistas a entenderem melhor o que sabem sobre o surgimento, desenvolvimento e evolução dos planetas, além do próprio sistema solar.

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Uma história incerta

Para o Dr. David Armstrong, da Universidade de Warwick, a descoberta é surpreendente: “É o planeta com a maior massa que conhecemos para seu tamanho, e é extremamente denso em comparação com o tamanho de Netuno. Isso sugere que esse planeta tem uma história bem diferente”, comenta. O pesquisador tem algumas suspeitas sobre a formação do planeta: “de uma forma ou de outra, o TOI 849 b foi um gigante gasoso ou um gigante gasoso que 'falhou'”. Como assim?

Bem, até o momento, foram levantadas duas hipóteses para explicar o motivo de estarmos vendo o núcleo do planeta ao invés do próprio gigante gasoso. A primeira sugere que, antes, o planeta era similar a Júpiter, mas acabou perdendo seus gases externos de várias formas diferentes. Uma delas seria a perturbação de marés, em que o planeta é rompido por estar em órbita próximo demais da sua estrela. Pode ter ocorrido também alguma colisão com outro planeta.

Outra possibilidade é que o planeta seja uma espécie de gigante gasoso que simplesmente não deu certo. Para os cientistas, assim que o núcleo do gigante gasoso se formou, algum erro pode ser acontecido, que impediu que ele tivesse uma atmosfera.

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O TOI 849 b é um objeto cheio de surpresas, mas isso não significa que não tenhamos mais nada similar: no nosso próprio sistema solar, existe o asteroide Psyche. Alguns cientistas acreditam que o Psyche seja, na verdade, o núcleo exposto de um planeta que poderia ter o tamanho de Marte. E, aliás, ainda vamos aprender muito sobre o Psyche em um futuro próximo! A NASA planeja uma missão para agosto de 2022 para conhecê-lo melhor, e a sonda deverá chegar a ele em 2026.

Fonte: Space.com