Novos asteroides estão chegando perto da Terra, mas sem risco de colisão
Por Daniele Cavalcante |
Mais uma vez, um asteroide que se aproxima do nosso planeta é assunto em redes sociais e notícias sobre as chances de sermos atingidos por um impacto espacial. Mas aproximações como essa acontecem o tempo todo e, como nas vezes anteriores, não precisamos nos preocupar. O asteroide da vez, conhecido como 2018 VP1, não representa uma ameaça à vida na Terra.
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Esta rocha espacial já havia sido mencionada alguns dias atrás pelos mais preocupados com um possível impacto, mas, neste último fim de semana, as notícias foram mais recorrentes, já que o objeto está cada vez mais perto. Sua maior aproximação máxima, na verdade, acontece no dia 2 de novembro, então provavelmente ele será alvo de mais especulação ao longo deste ano. Mas podemos ficar tranquilos, pois, com apenas 2 metros de diâmetro, caso um impacto aconteça, ele no máximo vai queimar completamente em nossa atmosfera, iluminando o céu por alguns instantes.
Como o próprio nome sugere, o asteroide foi descoberto em 2018, mais precisamente no dia 3 de novembro, por uma câmera acoplada ao Telescópio Samuel Oschin no Observatório Palomar, no sul da Califórnia. Na época, ele estava a aproximadamente 450.000 km da Terra - um pouco mais longe do que a distância média entre a Terra e a Lua -, e seu brilho ainda era muito fraco para ser observado e localizado com facilidade. Assim, os astrônomos puderam observá-lo por apenas 13 dias.
No entanto, esse tempo foi o suficiente para determinar algumas características e defini-lo como um asteroide Apolo, ou seja, um dos muitos que passam a maior parte do tempo na órbita ao redor do Sol e próximos da Terra. No caso do 2018 VP1, ele leva quase dois anos para essa aproximação acontecer. Ou seja, em 2022 ele nos visitará outra vez.
É difícil prever o quão perto ele vai passar, porque os astrônomos precisam reunir uma quantidade de observações o suficiente para determinar o caminho que ele vai traçar nos próximos dias. O que temos é uma estimativa bastante aproximada, ao menos por enquanto. Entretanto, a rocha foi observada 21 vezes ao longo de 13 dias, e isso permite calcular muito de sua órbita, de modo que a incerteza é de cerca de 12 horas em qualquer direção.
Também já é possível ter certeza de que o asteroide estará em uma determinada área no dia 2 de novembro - algum lugar em uma região de mais ou menos 4 milhões de km de diâmetro. As maiores apostas do momento são de que o asteroide não chega mais perto do que 3,7 milhões de km. As chances de o asteroide atingir a Terra são 0,41%, ou cerca de 1 em 240. Mesmo que isso aconteça, não deve fazer muito estardalhaço antes de queimar na atmosfera terrestre.
Há ainda outro asteroide, conhecido como 2011 ES4, que deve passar ainda mais perto e mais cedo, no dia 1º de setembro. Ele deve ficar a apenas 120.000 km de distância de nós - uma distância estimada, já que ele também não tem uma órbita muito conhecida. No entanto, neste caso, não há chance alguma de sermos atingidos, já que a Terra não estará dentro da região de incerteza da órbita dessa rocha espacial.
Seria ruim se fossemos atingidos pelo 2011 ES4, pois ele é mais ou menos do tamanho do asteroide de Chelyabinsk, que explodiu sobre a Rússia em 2013, quebrando janelas e ferindo mais de mil pessoas devido aos estilhaços de vidro. Mas, novamente, não corremos nenhum risco dessa vez. Em tempos de pandemia e tantos problemas ao redor do mundo, é importante frisar que não precisamos nos preocupar com mais ameaças, ainda mais dessa natureza, que parece sempre tão catastrófica.