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Novas cepas de bactérias na ISS podem ajudar no cultivo de plantas no espaço

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA/Roscosmos
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O cultivo de plantas comestíveis já vem sendo realizado na Estação Espacial Internacional (ISS) há alguns anos, e cientistas procuram pela “ajudinha” extra de bactérias como combustível de crescimento em um ambiente tão extremo para a vida como é o espaço. Em recente descoberta a bordo da ISS, pesquisadores identificaram quatro cepas de bactérias pertencentes à família Methylobacteriaceae em diferentes locais da estação.

No estudo publicado no periódico científico Frontiers in Microbiology, pesquisadores da NASA descrevem a descoberta de quatro cepas, dentre elas uma é identificada como Methylorubrum rhodesianum, enquanto as outras três são espécies novas. São bactérias móveis, com formato de bastonete e foram chamadas IF7SW-B2T, IIF1SW-B5 e IIF4SW-B5. A análise genética indica que estão intimamente relacionadas com a espécie Methylobacterium indicum — envolvidas na fixação de nitrogênio, solubilização de fosfato, tolerância ao estresse abiótico, promoção do crescimento de plantas e atividade de biocontrole contra patógenos de plantas. Em homenagem ao renomado cientista indiano de biodiversidade, Dr. Ajmal Khan, a equipe propôs que a nova espécie seja batizada como Methylobacterium ajmalii.

Para os cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL), Dr. Kasthuri Venkateswaran e Dr. Nitin Kumar Singh, as cepas podem possuir um “determinantes genéticos biologicamente úteis” para a produção de safras no espaço. Entretanto, é necessária mais biologia experimental para provar que se trata de uma possível potência para a agricultura espacial. "Para cultivar plantas em locais extremos onde os recursos são mínimos, o isolamento de novos micróbios que ajudam a promover o crescimento das plantas em condições estressantes é essencial", acrescentam.

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Diante de um cenário em que a NASA e outras empresas pretendem levar humanos para bem longe da Terra (e possivelmente além), o Conselho Nacional de Pesquisa (NRC) recomenda que a ISS seja usada como um “banco de ensaio para pesquisas de microorganismos''. Outras instituições participam dessas pesquisas, como University of Southern California, Cornell University e University of Hyderabad, na Índia. Venkat e Singh ressaltam que “uma vez que nosso grupo possui experiência em cultivar microorganismos de nichos extremos, fomos incumbidos pelo Programa de Biologia Espacial da NASA de pesquisar a ISS para a presença e persistência dos microorganismos”.

Centenas de amostras de bactérias na ISS já foram analisadas. Cerca de mil foram coletadas em diversos pontos da estação espacial, mas aguardam a viagem de retorno para a Terra para serem examinadas em laboratórios ainda melhor equipados. Os pesquisadores apontam ser necessário um sistema integrado de monitoramento microbiano que dê conta de coletar, processar e analisar amostras no espaço, através de tecnologias moleculares. Para eles, o objetivo final é contornar esse longo processo e, dessa maneira, encontrar novas cepas dentro da ISS.

Para maiores detalhes sobre o estudo, acesse a Frontiers in Microbiology.

Fonte: EurekAlert!