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Neste exoplaneta os anos duram 3 dias e as estações são "extremas"

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Janeiro de 2022 às 12h30

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NASA
NASA

O exoplaneta XO-3b é um gigante gasoso com características extremas que foram descobertas recentemente. Detectado em 2007, este exoplaneta tem anos que duram apenas três dias terrestres, acompanhados por estações intensas e bastante curtas. O planeta foi observado por pesquisadores que utilizaram o já aposentado telescópio Spitzer, da NASA, para acompanhá-lo durante um ano (ou seja, por três de nossos dias).

Neste mundo, o verão dura apenas um dia e o inverno dura dois. “Observamos variações de temperatura sazonais centenas de vezes mais fortes que aquelas que experimentamos na Terra”, disse Lisa Dang, autora principal do estudo. Por aqui, as estações são causadas pela inclinação do nosso planeta e são bastante familiares para nós. Contudo, as estações neste exoplaneta ocorrem por um motivo diferente.

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No XO-3b, as estações são fruto da órbita elíptica que o planeta segue ao redor de sua estrela bem pertinho dela, que afeta a quantidade de radiação que recebe. Como ambos estão bem próximos um do outro, as interações gravitacionais entre os dois corpos tendem a “puxar” a parte mais distante da órbita do planeta para cada vez mais perto da estrela, criando uma órbita mais circular.

Por isso, é possível que o exoplaneta não esteja ao redor de sua estrela há tanto tempo. “A forma oval que vemos aqui, neste planeta de período orbital extremamente curto, sugere que o pegamos bem no meio de uma migração”, sugeriu Dang. Como se a órbita já não fosse intrigante o suficiente, a autora e seus colegas descobriram outras características surpreendentes.

Mistérios do exoplaneta extremo

O telescópio Spitzer era especializado em observações da luz infravermelha, que pode se manifestar também através do calor. Ao observar o XO-3b, o telescópio mostrou assinaturas intensas de luz infravermelha, o que indica que o planeta é mais quente do que se esperava. Ao analisá-lo melhor, os pesquisadores perceberam que nem mesmo as estações podiam explicar tanto calor ocorrendo por lá.

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Dang relatou que o calor excessivo observado com o Spitzer não é sazonal, e pode ser visto ao longo do ano no planeta. “Nossa investigação deste Júpiter quente mostrou que ele é aquecido não somente por sua estrela, que está perto, mas também pelo seu interior”, explicou ela. Outras observações realizadas pela missão Gaia, da Agência Espacial Europeia, mostram que o planeta é mais “inchado” do que se esperava.

Esta é uma característica que pode estar ligada ao calor surpreendente, e os autores têm duas teorias para tentar explicar a origem dele. Uma possibilidade é o aquecimento de marés, causado pelas interações gravitacionais entre o planeta e sua estrela. Conforme viaja ao redor dela, a estrela o “estica” e “contrai”, movimento que gera energia, dissipada como calor. Outra explicação é a natureza do corpo, que talvez não seja um planeta, no fim das contas.

É possível que, na verdade, o XO-3b seja uma estrela, com um grande depósito de hidrogênio em seu núcleo alimentando reações de fusão nuclear como acontece no interior do Sol. Se este for o caso, o XO-3b pode ser uma anã marrom, uma classe popularmente conhecida como “estrelas fracassadas”. “O XO-3b pode não ser um planeta regular, mas pode não ser necessariamente uma estrela fracassada ainda; ele pode estar no auge de sua vida como estrela”, propôs a autora.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astronomical Journal.

Fonte: The Astronomical Journal; Via: Space.com