Nenhum sinal de tecnologia alienígena foi encontrado no centro da Via Láctea
Por Wyllian Torres • Editado por Patricia Gnipper |

No final de 2020, um grupo de astrônomos australianos usou o radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA) para procurar por sinais de vida inteligente em direção ao centro da Via Láctea em uma frequência mais ampla. Eles não encontraram nenhum ruído alienígena — mas algumas dezenas exoplanetas.
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O radiotelescópio MWA, localizado no deserto da Austrália Ocidental, é formado por mais de 4 mil antenas distribuídas em 256 ladrilhos, capazes de captar ondas de rádio de baixa frequência que chegam do espaço.
Chenoa Tremblay, pesquisador do SETI Institute e principal autor da pesquisa, disse que o estudo se concentrou em sinais prolongados ou “vazamentos” tecnológicos da vida cotidiana dos supostos alienígenas.
Os pesquisadores já haviam conduzido outras três pesquisas utilizando o MWA. Na mais recente, em 2013, eles descobriram 38 exoplanetas no centro da Via Láctea. Agora, esse número subiu para 144 — a maior população de planetas de todo o trabalho.
Centro da Via Láctea
O centro galáctico concentra a maior densidade de estrelas da Via Láctea — provavelmente com muitos exoplanetas as orbitando. Modelos baseados em catálogos de sistemas estelares sugerem planetas habitáveis nessa região.
O problema é que estimar o número mais exato de estrelas na região central da galáxia é um desafio, pois essa região também é repleta de gases e poeira que, por vezes, podem esconder muitos objetos celestes das leituras na Terra.
Também foi a primeira vez que uma busca por sinais de vida inteligente foi realizada em alta frequência — 155 MHz —, o que reduziu as chances de interferências de sinais vindos da própria Terra. Trabalhos anteriores usaram frequências entre 98 MHz e 133 MHz.
No entanto, essa busca supõe que os alienígenas estejam utilizando tecnologias de transmissão parecidas com as nossas. Além disso, ela cobre menos de 1% da área do céu estudada pelo radiotelescópio MWA.
A equipe espera continuar o trabalho de busca após o MWA passar por algumas atualizações que ampliarão sua frequência e resolução de tempo. O estudo foi divulgado no repositório arXiv.