NASA quer enviar enxame de abelhas-robô para Marte
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |
A NASA pode trabalhar com as Marsbees, um grupo de robôs tão pequenos quanto abelhas que podem ser bons aliados para explorar Marte. A proposta veio do Instituto de Conceitos Avançados (NIAC), da agência espacial, e pode facilitar o estudo de mundos distantes.
O projeto pode até parecer inusitado, mas vale lembrar que a NASA já enviou robôs para voar em outros planetas — basta lembrar do helicóptero Ingenuity, que surpreendeu cientistas ao realizar mais de 70 voos na fina atmosfera de Marte.
A atmosfera marciana inspirou os cientistas da Universidade do Alabama a desenvolverem o “enxame” de Marsbees. Os robôs teriam tamanho parecido com o de uma abelha, mas suas asas seriam como das cigarras, e estariam equipados com sensores e dispositivos de comunicação.
A ideia é que os pequenos robôs voem e coletem dados, e depois retornem para um rover, que seria como a base deles. Os robôs seriam projetados com foco na eficiência energética, sendo capazes de permanecer até 16 minutos no ar.
“Nossos resultados numéricos preliminares sugerem que uma ‘abelha’ com asas de uma cigarra pode gerar empuxo o suficiente para voar na atmosfera marciana”, explicou Chang-kwon Kang, professor associado na Universidade do Alabama e colaborador do NIAC.
Ao usar estruturas adequadas para a asa e um mecanismo de produção de energia, o consumo energético da “abelha marciana” seria reduzido de forma significativa. “O volume menor, projetado para a configuração da carga útil na nave interplanetária, oferece muito mais flexibilidade”, acrescentou.
Ele observou ainda que, devido à estrutura do projeto, tais abelhas seriam bem mais robustas em relação a falhas individuais no sistema — basta considerar que, se uma abelha falhar, ainda existem as demais do enxame.
O projeto foi um dos 25 selecionados em 2018 para receber apoio financeiro da NASA. “Ficamos muito animados com essa oportunidade”, comemorou Kang na ocasião. “Nosso trabalho preliminar mostra que mecanismos aerodinâmicas com inspiração biológica podem ajudar a gerar empuxo suficiente para voar em Marte”, finalizou.