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NASA lança telescópio de raios X para estudar objetos mais extremos do universo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Dezembro de 2021 às 11h03

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NASA/MSFC
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A NASA acaba de lançar a missão Imaging X-ray Polarimetry Explorer (IXPE), que conta com um satélite equipado com telescópios que vão medir a polarização de raios X para investigar processos por trás de alguns dos objetos mais extremos do universo — como buracos negros supermassivos, remanescentes de supernovas, estrelas de nêutrons, entre outros. A IXPE foi lançada no início da madrugada desta quinta-feira (9) com um foguete Falcon 9, da SpaceX.

O lançamento aconteceu às 03h00 (horário de Brasília) no Kennedy Space Center, na Flórida. Após uma decolagem de sucesso, o primeiro estágio do foguete pousou na embarcação “Just Read the Instructions”, já posicionada no oceano Atlântico para receber o propulsor. Este voo foi o 28º realizado com um foguete Falcon 9 neste ano — em 2020, a empresa chegou à marca de 26 lançamentos.

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Esta missão foi também o 98º lançamento realizado pelo programa Launch Services Program (LSP), criado em 1998, sendo ainda o quinto lançamento do LSP realizado pela SpaceX. Geralmente, o LSP permite que a provedora escolha a plataforma desejada se houver opções disponíveis. Neste caso, a missão foi lançada da plataforma 39A, que conta com um sistema de supressão de água que ajuda a mitigar os efeitos do foguete durante o lançamento.

Assim, o sistema contribui para manter o satélite seguro em seu caminho até a órbita. A separação do IXPE ocorreu cerca de 33 minutos depois do início do voo e, um minuto após a liberação, a nave implantou seus painéis solares. Agora, o satélite está orbitando o equador da Terra a uma altitude de aproximadamente 600 km, e já enviou os primeiros dados de telemetria aos operadores da missão.

Abaixo, você confere a transmissão completa do lançamento:

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Por dentro da missão IXPE

Realizada em uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Italiana, a missão IXPE é um observatório espacial criado para revelar os segredos de alguns dos objetos mais extremos do universo, como remanescentes de supernova, fluxos de partículas expelidos por buracos negros se alimentando de matéria e muito mais. Para isso, a missão irá trabalhar com a polarimetria de imageamento de raios X em órbita.

O nome é complexo, mas descreve uma técnica capaz de mostrar aos astrônomos algo que outros telescópios não conseguiriam. Com ela, os astrônomos conseguem observar a direção do movimento ondulatório das partículas de raios X conforme elas são recebidas. Isso revela a orientação de campos elétricos e magnéticos, dados que podem ser usados para os astrônomos coletarem mais informações dos raios X vindos de fenômenos astrofísicos.

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Para isso, ao invés de apenas observar os raios X com um único instrumento, o satélite conta com três telescópios em seu interior. Cada um tem 24 espelhos concêntricos no fim de uma estrutura de quase 4 m, que será estendida durante a primeira semana do observatório no espaço. Depois, os raios X recebidos serão focalizados por cada telescópio, que vão direcioná-los a detectores no fim da estrutura.

Os detectores contêm uma fina camada de hélio e éter dimetílico, compostos que vão coletar medidas da polarização deles. Por enquanto, o satélite está iniciando sua fase de comissionamento, na qual os operadores verificam o funcionamento de seus sistemas. Entretanto, em cerca de um mês após o lançamento, ele poderá iniciar sua missão, com duração estimada de dois anos. O primeiro objeto estudado será Cassiopeia A, uma remanescente de supernova.

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Durante o primeiro ano de missão, o IXPE deverá estudar cerca de 40 objetos, conduzindo observações mais detalhadas ao longo do segundo ano. Se a NASA estender a missão do satélite, ele poderá trabalhar por quase duas décadas e estudar outros alvos, como Sagitário A*, o buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea.

Fonte: NASA (1, 2); Via: Space.com, The New York Times