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NASA escolhe 17 empresas que criarão tecnologias "para a Lua e além"

Por| 10 de Novembro de 2020 às 12h30

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Nesta segunda-feira (9), a NASA anunciou a seleção de 17 empresas para a realização de 20 parcerias com o objetivo de desenvolver e amadurecer tecnologias espaciais com uso destinado à Lua e, por que não, além. O período da performance vai ser negociado individualmente em cada acordo, e a duração estimada é de 12 e 24 meses. A agência irá destinar uma soma de U$ 15,5 milhões para suporte aos acordos.

Essas parcerias deverão acelerar o desenvolvimento de tecnologias espaciais emergentes. Nisso, existem empresas de portes variados, que vão desde pequenos negócios e grandes nomes da indústria aeroespacial a até a AI Space Factory, organização que venceu um desafio da NASA, e irão trabalhar junto de diversos centros da agência espacial. Assim, será possível usar a expertise e as instalações únicas de testes da NASA.

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Jim Reuter, administrador associado do Space Technology Mission Directorate (STMD) da NASA, que fez as seleções e vai gerenciar as parcerias, comenta o desenvolvimento da tecnologia espacial não acontece no vácuo: “independentemente de as empresas buscarem desenvolver seus projetos espaciais ou amadurecerem serviços para um dia oferecerem um novo serviço para a NASA, a agência está dedicada a trazer novas capacidades para o mercado para o benefício mútuo”, diz.

Com as parcerias, as equipes da indústria vão desenvolver soluções diversas, como sistemas de impressão 3D para o programa Artemis, que visa estabelecer a presença humana sustentável na Lua, métodos para a remoção da poeira dos painéis solares e até amadurecer o primeiro estágio de um sistema de recuperação de foguetes.

As seleções foram feitas através da solicitação Announcement of Collaboration Opportunity (ACO) de 2020, e as propostas escolhidas têm relevância em áreas como gerenciamento de fluido criogênico e propulsão, propulsão avançada, energia sustentável, materiais e estruturas avançados, entre outros.

Confira as empresas selecionadas e as propostas:

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  • Aerojet Rocketdyne em Redmond, Washington: um novo propelente híbrido de líquido verde iônico e hidrazina convencional podem fornecer vapor de baixa toxidade e impulso específico de alta densidade enquanto retém chamas baixas e temperaturas de pré-aquecimento. A Aerojet vai aplicar as lições que aprendeu com o sucesso da missão Green Propellant Infusion e irá trabalhar com o Goddard Space Flight Center para desenvolver o combustível para motores existentes para impulsionar pequenas futuras naves no espaço profundo.
  • Ahmic Aerospace em Oakwood, Ohio: sistemas de proteção térmica protegem os foguetes e naves do calor extremo que ocorre durante o lançamento e a reentrada atmosférica. Nessa parceria com o Ames Research Center, a Ahmic vai testar hardware e coletar dados para entender como ele se comporta sob essas condições. Os dados vão informar futuros métodos de teste para caracterizar e qualificar materiais de proteção térmica.
  • AI SpaceFactory em Secaucus, New Jersey: a AI SpaceFactory vai colaborar com o Kennedy Space Center para desenvolver um novo material lunar relevante. Com o material, a equipe vai realizar impressões em 3D para testar uma estrutura em uma câmara de vácuo que imita as condições ambientais da Lua. A pesquisa pode apresentar um sistema de impressão 3D capaz de construir grandes superfícies a partir de materiais locais disponíveis em outros mundos. Já na Terra, o material da impressão 3D de alta performance pode beneficiar a indústria de construção por simplificar as cadeias de fornecimento e reduzir o desperdício.
  • Blue Origin em Kent, Washington: a Blue Origin vai trabalhar em parceria com o Ames, Goddard e Johnson Space Center em um sistema operacional de robô espacial. Ao trabalhar a construção em softwares open-source, o projeto busca programar inteligência robótica e autonomia enquanto reduz os custos de operação e permite que os robôs trabalhem com outros sistemas espaciais. A empresa também vai colaborar com o Marshall Space Flight Center para melhorar o design dos motores com produção extra com metal. A fabricação, processamento e testes das partes do motor feitas com impressão 3D vão ajudar a otimizar o peso, a eficiência do motor e a capacidade de fabricação enquanto minimiza os custos da produção.
  • Box Elder Innovations em Corinne, Utah: essa pequena empresa vai trabalhar com o Glenn Research Center para pesquisar e otimizar materiais dielétricos — um tipo de isolamento elétrico — para aeronaves, espaçonaves e sistemas de energia lunares. Os testes dos materiais em ambientes espaciais relevantes vai ajudar a caracterizá-los e qualificá-los para a NASA e uso comercial.
  • Cornerstone Research Group em Miamisburg, Ohio: a fabricação aditiva de resinas termofixas à base de lama pode avançar a fabricação de sistemas de proteção térmica. A Cornerstone Research Group vai trabalhar em parceria com centros da NASA para testar e avaliar o desempenho do material em ambientes relevantes para voos com as instalações da agência e especialistas do Johnson e Ames.
  • Elementum 3D em Erie, Colorado: a empresa vai trabalhar com o Marshall para aumentar o desempenho e reduzir o custo de materiais de alumínio produzidos aditivamente. Essa parceria busca avançar na deposição de energia direcionada em larga escala — um processo de fabricação aditiva — de ligas de alumínio de alta resistência para componentes complexos de foguetes e estruturas de lançamento. Essa capacidade poderia ter uso amplo pelas indústrias, aeroespacial, automotiva, entre outras.
  • Gloyer-Taylor Laboratories em Tullahoma, Tennessee: a empresa desenvolveu um modelo e uma ferramenta de simulação para processar dinâmicas de fluido computacionais de alta precisão e estabilizar os designs dos sistemas de produção. A Gloyer-Taylor Laboratories vai trabalhar em parceria com o Marshall para validar essas ferramentas e acelerar o uso nos sistemas espaciais.
  • IN Space em West Lafayette, Indiana: os motores rotativos de detonação — um conceito de motor de foguete — podem alcançar impulsos específicos maiores do que aqueles que os sistemas atuais permitem, o que permitiria que as naves operem com maiores tripulações e menos massa. A IN Space vai trabalhar com o Marshall para explorar a produção de uma câmara de resfriamento com capacidade regenerativa.
  • Orbital Sciences Corporation (Northrop Grumman Space Systems) em Dulles, Virginia: a empresa vai realizar uma parceria com o Glenn para desenvolver um pequeno sistema de propulsão elétrica para espaçonaves que forneça propelente acessível, eficiente e com alto rendimento para futuras missões. O sistema de baixo consumo de energia cabe bem em pequenas naves destinadas a explorar a Lua, Marte e além.
  • pH Matter em Columbus, Ohio: com a soma de U$ 3,4 milhões recebidos sob a iniciativa Tipping Point, a pH Matter vai realizar uma parceria com os centros Johnson e Glenn para definir composições contaminantes da água lunar e especificações de pilhas de células para a produção de hidrogênio e oxigênio tanto para o armazenamento de energia quanto para aplicações de propelente. A tecnologia vai permitir sistemas mais simples para o armazenamento de energia lunar e uso dos recursos disponíveis na Lua.
  • Phase Four em El Segundo, Califórnia: essa empresa desenvolveu um novo sistema de propulsão elétrica para missões de longa duração de pequenas espaçonaves. A Fase Quatro vai trabalhar com o centro Glenn para testar o propulsor de frequência de rádio e estimar a vida útil esperada do projeto. O centro Glenn também vai caracterizar a pluma de plasma do propulsor para otimizar o sistema.
  • Rocket Lab USA em Long Beach, Califórnia: a Rocket Lab está desenvolvendo um sistema de recuperação para o primeiro estágio do foguete Electron para reutilizar motores, controladores de motor e conjuntos de baterias. A pequena fornecedora de lançamentos de satélites vai fazer parcerias com os centros Ames, Langley e o Armstrong Flight Research Center da NASA para software de voo, análise aerotérmica, projeto de desacelerador e um sistema de detecção de fibra óptica. O sistema de recuperação permitirá lançamentos mais frequentes e com menos custos para clientes governamentais e comerciais. Também permitirá retornar cargas úteis da Estação Espacial Internacional, sistemas de entrada para pequenas espaçonaves e um teste de voo para desenvolver tecnologias relacionadas de entrada, descida e aterrissagem.
  • Sensuron em Austin, Texas: trabalhando com os centros Armstrong, Langley e Glenn. A Sensuron vai desenvolver uma mini solução de monitoramento de temperatura com um sistema de sensores de fibra ótica. A tecnologia foi criada para monitorar os níveis criogênicos de propelente e determinar a integridade estrutural de um tanque de combustível durante missões estendidas.
  • Space Exploration Technologies Corp. (SpaceX) em Hawthorne, Califórnia: a SpaceX vai trabalhar em parceria com o centro Langley para coletar imagens e medidas térmicas do veículo Starship durante a reentrada orbital no Oceano Pacífico. Com os dados, a empresa planeja desenvolver um sistema de proteção térmico reutilizável, que proteja o veículo do calor aerodinâmico para missões retornando da órbita baixa da Terra, Lua e Marte.
  • Space Systems Loral (Maxar Technologies) em Palo Alto, Califórnia: a Maxar vai aproveitar as instalações do centro Glenn para expor sujeitar um modelo parecido àquele de uma demonstração de voo a simulações de regolito lunar no vácuo. Um mecanismo vai pulsar mecanicamente o sistema — em vários níveis — para tentar sacudir a poeira. Essa tecnologia oferece uma solução potencialmente simples para remover a poeira de painéis solares planetários. A empresa também vai testar a prevenção à erosão dos materiais causada pelas plumas do propulsor pelo efeito Hall, além de um sistema de regulação de pressão para permitir missões de propulsão solar elétrica de alta energia.
  • Stellar Exploration, Inc. em San Luis Obispo, Califórnia: a empresa vai atuar com os centros Ames, Johnson, e Goddard para realizar testes de qualificação em um sistema de propulsão de nanossatélites de alta performance. Testes em câmara a vácuo vão apresentar a performance e tempo de vida estimado do sistema.

Fonte: NASA (1, 2)