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NASA: astronautas presos na ISS voltarão para casa com SpaceX em fevereiro

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NASA/Robert Markowitz
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Em evento transmitido ao vivo neste sábado (24), a NASA informou como vai trazer de volta para casa os dois astronautas presos na Estação Espacial Internacional (ISS), após uma falha na missão com a nave Starliner, da Boeing, cujo lançamentro ocorreu em 6 de junho. Com previsão para levar apenas 8 dias, a estadia dos astronautas na ISS já dura quase 3 meses. A decisão foi trazer de volta os astronautas a bordo de uma nave Crew Dragon, da SpaceX.

Evitando usar o termo "presos no espaço", a NASA havia considerado duas possibilidades: a primeira, que os astronautas retornassem a bordo da própria Starliner, caso a espaçonave passasse nos testes de segurança; e a segunda, que fossem resgatados por um veículo da SpaceX, na missão Crew-9. No início do mês, oficiais da NASA levantaram a possibilidade de que a tripulação da Starliner só voltasse à Terra em fevereiro de 2025, a bordo de uma Crew Dragon, da SpaceX. E é exatamente essa a decisão.

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SpaceX trará astronautas em fevereiro

O comitê deste sábado contou com a presença de Bill Nelson, chefe da agência espacial norte-americana, e você pode assistir à decisão aqui no Canaltech

Segundo informou Nelson, o veredicto da NASA é que Wilmore e Williams voltão à Terra a bordo de uma cápsula Crew Dragon, da SpaceX, na missão Crew-9. A nave Starliner voltará vazia. "A NASA decidiu que Suni e Butch vão retornar com a Crew-9 em fevereiro próximo. A Starliner vai retornar sem tripulação. Alterações na programação serão discutidas em breve", relatou o chefe da Agência.

É muito arriscado trazer os dois astronautas de volta à Terra a bordo da Starliner, revelou a NASA, informando que ainda serão necessários testes para que a nave consiga se desprender da ISS.

Tais testes servirão para que ela possa, de fato, voltar íntegra à Terra no modo piloto automático. "Até a terça ou quarta da próxima semana saberemos se a nave estará pronta para realizar a desacoplagem da ISS e completar os testes", informou Ken Bowersox, diretor de operações espaciais da NASA. "Ainda estamos no meio dos testes e precisamos estar vigilantes, para, depois disso, pensarmos nos próximos passos quanto aos novos voos da Starliner", completou.

Bowersox agradeceu ao empenho da Boeing nos testes e análises de dados relacionados à Starliner. "Tenho muito orgulho das equipes da Boeing e da NASA por todo o trabalho desempenhado nos dois últimos meses, foi impressionante ver a agilidade delas ao realizar testes, analisar dados e completar as análises", revelou.

Para Jim Free, um dos administradores associados da NASA, "não foi uma decisão fácil, mas é absolutamente a decisão correta".

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E agora, Boeing?

A decisão certamente veio como um golpe para a Boeing, que teve a reputação estremecida quanto a preocupações de segurança relacionadas não só à cápsula espacial, mas também aos aviões aqui na Terra. A companhia contava certo com sua primeira viagem tripulada a bordo da Starliner para reiniciar seu programa espacial após anos e anos de atrasos e custos exacerbados. 

A empresa se mantinha firme ao informar que a Starliner era segura e que havia passado em todos os testes, tanto no espaço quanto no solo. Sem ter participado do anúncio da NASA neste sábado (24), a Boeing apenas divulgou um comunicado:

A Boeing continua a se concentrar, em primeiro lugar, na segurança de sua tripulação e da espaçonave. Estamos executando a missão conforme determinado pela NASA e preparando a espaçonave para um retorno descomplicado, seguro e bem-sucedido.
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Relembre a saga da Starliner

Williams e Wilmore decolaram a bordo da nave Starliner, da Boeing, em junho, mas, problemas no sistema de propulsão da nave a impossibilitaram de trazê-los de volta à Terra. Com isso, a NASA passou a questionar a confiabilidade do veículo da Boeing, que permanece acoplado à ISS — ocupando, inclusive, um slot e evitando que novas missões cheguem até a estação.

Tais problemas no propulsor geraram preocupações, uma vez que não é possível ter certeza de que a Starliner consiga atingir o impulso necessário para se desacoplar da ISS e iniciar sua descida à Terra. Essa é outra questão que a NASA precisava resolver junto à Boeing, caso fosse constatada a falta de segurança da nave: ela teria de retornar vazia.

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Para tentar reverter a situação, a agência espacial dos EUA cogitou pedir uma missão da SpaceX para resgatar os astronautas e trazê-los de volta em segurança em fevereiro. No entanto, isso não foi possível. A equipe da missão usou o tempo extra no espaço para entender como o módulo de serviço da Starliner está se comportando e se ele estará apto para trazer de volta a tripulação.

A SpaceX, então, enviaria ao espaço, em agosto, uma missão regular, a Crew-9, com apenas dois astronautas a bordo e lugares para mais dois — Sunita e Butch. Entretanto, devido a problemas de compatibilidade entre os trajes espaciais fabricados da Boeing com a nave da SpaceX, a missão de trazê-los de volta foi, mais uma vez, suspensa.

O lançamento da missão Crew-9, que aconteceria em agosto, foi adiado para setembro. A NASA informou que o “o ajuste permite mais tempo para que os gerentes da missão finalizem o planejamento para o retorno da nave da Boeing”.

Enquanto a agência não define em que dia, exatamente, os astronautas voltarão para a Terra em fevereiro de 2025, a data segue em aberto.

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Fonte: NASA