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NASA admite que não estava atenta a problemas da nave Starliner da Boeing

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Depois de muita investigação, a NASA e a Boeing descobriram o erro de software responsável pela falha da nave espacial Starliner, lançada em uma missão não tripulada no final de 2019. O voo era um teste para saber se a cápsula seria capaz de acoplar na Estação Espacial Internacional (ISS). Agora, a NASA admite que não estava prestando muita atenção a certos detalhes do desenvolvimento do projeto.

Além dos erros de software que passaram despercebidos antes do lançamento, funcionários da NASA admitiram que houve uma confiança excessiva na Boeing. É que a agência espacial trabalha em parceria com a empresa há décadas, o que garantiu um nível de confiança bastante elevado. Como resultado, talvez a NASA não tenha ficado atenta o suficiente a erros presentes nos menores detalhes, enquanto examinava mais cuidadosamente a Crew Dragon, da SpaceX - que acabou sendo a primeira a levar astronautas da NASA à ISS no final de maio.

Steve Stich, gerente do Commercial Crew Program da NASA, disse ele e seus colegas estavam “um pouco mais acostumados ao processo da Boeing”. O Commercial Crew é o programa no qual a agência espacial financiou tanto a Boeing quanto a SpaceX para o desenvolvimento das cápsulas espaciais de tripulação. “Nós podemos ter nos concentrado um pouco mais na SpaceX porque eles usam uma abordagem não tradicional para o desenvolvimento de software”, disse Stich.

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Se o voo de teste da Starliner tivesse sido bem sucedido em dezembro do ano passado, um voo de demonstração com dois astronautas a bordo provavelmente já teria ocorrido. Mas a Boeing decidiu repetir o teste não tripulado, provavelmente no final deste ano, antes de arriscar um lançamento com os astronautas dentro da cápsula - afinal, são vidas em risco e ninguém quer causar uma tragédia. O lançamento tripulado pode acontecer só no próximo ano.

Os funcionários da NASA também disseram que não tinham um profundo conhecimento sobre como a Boeing estava projetando o software da Starliner. Kathy Lueders, administradora associada da diretoria de exploração e operações humanas da NASA, disse que a agência não havia solicitado à Boeing e à SpaceX um plano de gerenciamento de alto nível sobre como peças complexas de engenharia seriam reunidas e testadas. O objetivo da NASA nessa decisão foi economizar em processos que seriam muito burocráticos.

Mas essa falta de conhecimento significava que a NASA não sabia exatamente como a Boeing estava projetando a Starliner, nem o processo de teste para verificar se tudo funcionaria conforme o planejado. Assim, no voo de teste em dezembro, a NASA se concentrou nas prioridades mais altas, garantindo basicamente que a Starliner não representasse nenhum perigo para a ISS à medida que ela se aproximava.

Agora, a NASA está supervisionando o desenvolvimento de software mais de perto, tanto da SpaceX quanto da Boeing. O Aerospace Safety Advisory Panel, da NASA, fez 80 recomendações nas quais a Boeing está trabalhando para implementar antes do próximo lançamento de teste.

Fonte: The New York Times