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Não só um: dois asteroides atingiram a Terra quando dinossauros foram extintos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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12222786/Pixabay
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Parece que o asteroide que levou os dinossauros à extinção há 66 milhões de anos não estava sozinho. Novas análises da cratera submarina Nadir, encontrada na costa da África Ocidental, mostraram que esta formação surgiu quando outra rocha espacial se chocou com nosso planeta. O evento aconteceu por volta do fim do Período Cretáceo — que foi também quando ocorreu a extinção dos dinos.

Nicholson descobriu a cratera Nadir em 2022, e na época, os detalhes da sua formação ainda eram incertos. Os novos dados mostraram que o impacto violento, ocorrido de 65 a 67 milhões de anos atrás, abriu uma cratera com cerca de oito quilômetros de diâmetro. O asteroide pareceu medir cerca de 400 m, e atingiu a Terra enquanto se movia a quase 75 mil km/h.

Se este for o caso, o objeto seria menor que o asteroide culpado da extinção em massa em nosso planeta, mas era grande o suficiente para deixar marcas por aqui. “As novas imagens pintam a cena de um evento catastrófico”, descreveu o Dr. Uisdean Nicholson, geólogo marinho que estudou a cratera e que publicou as descobertas em um estudo na revista Nature Communications Earth & Environment. 

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O impacto parece ter causado tremores fortes, que derreteram os sedimentos no fundo do oceano e formaram falhas sob o leito oceânico. Além disso, a colisão causou deslizamentos com vestígios visíveis por milhares de quilômetros quadrados além da borda da cratera. Os efeitos não pararam ali: a colisão do objeto causou um tsunami com 800 m de altura, que pode ter percorrido as águas do Atlântico. 

Por enquanto, não está claro onde exatamente aconteceu a colisão. Por outro lado, a descoberta da cratera e da sua idade aproximada sugerem que ela é uma em meio a várias crateras formadas por impactos no fim do Cretáceo. Para comparação, o asteroide relacionado à extinção dos dinossauros era bem maior que aquele que formou Nadir, e deixou uma cratera com mais de 180 km na península de Yucatán, no México. 

“O mais próximo que os humanos chegaram de ver algo assim foi o Evento de Tunguska em 1908, quando um asteroide de 50 metros entrou na atmosfera da Terra e explodiu nos céus da Sibéria”, recordou Nicholson. “Os novos dados sísmicos em 3D de toda a cratera Nadir são uma oportunidade sem precedentes para testar hipóteses de crateras de impacto, desenvolver novos modelos de formação de crateras no ambiente marinho e entender as consequências de um evento como esse”, finalizou. 

Fonte: The Guardian