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Movimento de galáxias sugere que universo pode não ser tão antigo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Janeiro de 2024 às 18h12

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ESA/Euclid Consortium/NASA,J.-C. Cuillandre, G. Anselmi
ESA/Euclid Consortium/NASA,J.-C. Cuillandre, G. Anselmi

Talvez o universo seja mais jovem do que pensávamos. É o que indica um novo estudo liderado por Guo Qi, dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências, em que os autores analisaram pares de galáxias-satélite em grupos galácticos e os movimentos delas, que revelam como se tornaram parte de tais agrupamentos. 

Estes grupos são formados por algumas galáxias acompanhadas de outras menores. Assim como acontece nos aglomerados galácticos maiores, os grupos nascem quando filamentos na vasta teia de matéria cósmica que se estende pelo universo se encontram. Quando isso ocorre, as galáxias menores se movem por tais filamentos, e depois vão para um grupo. 

Com observações do levantamento Sloan Digital Sky Survey (SDSS), que analisou 813 grupos galácticos a até 600 milhões de anos-luz da Terra, os autores analisaram as galáxias mais massivas de cada grupo. Depois, eles mediram quantos pares de galáxias-satélite em lados opostos daquela se moveram. 

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Como resultado, eles descobriram que a parte das galáxias-satélite em rotação inversa em relação às demais (ou seja, aquelas que orbitavam a galáxia maior em direções opostas) é maior do que o previsto por simulações. Entre tais simulações das grandes estruturas, estão a Millennium Simulation e o modelo Illustris TNG300. 

Ambos são baseados no chamado Modelo Padrão da cosmologia, que descreve a formação do universo seguida das pequenas estruturas. Elas se combinaram em outras maiores, e eventualmente, deram origem a grandes aglomerados galácticos, construídos por formações parecidas com teias. Assim, o Modelo Padrão é usado para simulações que representam o crescimento das grandes estruturas cósmicas, como galáxias e aglomerados delas.

Conforme o tempo passou, tais grandes estruturas mostraram menor atividade — é por isso que observações de galáxias-satélite menores, presentes ao redor dos grandes grupos galácticos, ajudam os astrônomos a entenderem melhor este processo. Ao modelar os movimentos destas galáxias, os cientistas podem investigar a formação das estruturas e suas idades.

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A idade do universo

E o que isso tem a ver com as galáxias-satélites? Bem, a questão é que a rotação inversa seria natural se elas tivessem acabado de entrar na órbita da galáxia maior do grupo. No entanto, o esperado é que, com o tempo, os grupos e aglomerados galácticos chegassem a um estado dinamicamente relaxado, em que a maioria das satélites está em co-rotação.

Só que se os grupos e aglomerados de galáxias tiverem se combinado conforme sugerido pelo Modelo Padrão, a quantidade de galáxias em rotação inversa deveria ser menor. E é aqui que está o problema: elas representam uma parte maior das galáxias satélites, e parecem ter ido para seus respectivos grupos recentemente. 

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A discrepância entre entre as simulações e as observações sugerem que, talvez, os grandes grupos de galáxias sejam mais jovens do que se pensava. “Como a idade dos grupos massivos de galáxias poderia ser relacionada à idade do universo, estas descobertas consequentemente sugerem um universo mais jovem”, disse Qi. 

Se os resultados estiverem corretos, talvez algo esteja faltando no Modelo Padrão, ou a explicação pode estar relacionada a outros aspectos dele, como a matéria escura. De qualquer forma, Qi destacou que mais dados são necessários e que o mesmo fenômeno deve se aplicar a aglomerados galácticos maiores. É certo que, independentemente da idade correta, o universo é antigo — mas, talvez, estes resultados o tornem um pouco mais jovem. 

O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista científica Nature Astronomy.  

Fonte: Nature Astronomy; Via: Space.com, EarthSky