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Modelo matemático prevê se astronautas poderão ir a Marte sem passar mal

Por  • Editado por  Rafael Rigues  | 

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Unplash/Mike Kiev
Unplash/Mike Kiev

Um modelo matemático desenvolvido por especialistas em medicina espacial na Universidade Nacional Australiana (ANU) poderá ajudar a prever a segurança de missões tripuladas a Marte: com o modelo, cientistas podem prever os impactos que voos espaciais de curta e média duração podem causar no corpo, ajudando a avaliar se astronautas podem ir ao planeta e cumprir suas tarefas por lá sem precisarem de auxílio médico logo após deixar suas naves.

Dr. Lex van Loon, pesquisador da Escola de Medicina na universidade e autor principal do estudo que descreve o modelo, observa que, em meio aos vários riscos associados a viagens a Marte, a maior preocupação é a exposição prolongada à microgravidade; e quando combinada à radiação do Sol, ela pode causar mudanças significativas no corpo.

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“Sabemos que leva de seis a sete meses para viajar a Marte, e isso pode fazer com que a estrutura dos seus vasos sanguíneos ou a força do seu coração mudem em função da ausência de peso, experimentada como resultado da viagem espacial em microgravidade”, disse.

Já a coautora Dra. Emma Tucker conta que, como o coração não precisa de tanto esforço para bombear o sangue, a exposição prolongada à "gravidade zero" pode torná-lo “preguiçoso”. “Quando você vai ao espaço, o puxão gravitacional desaparece e os fluidos vão para a parte superior do corpo”, explicou ela.

Essa mudança desencadeia uma resposta, que faz com que o corpo considere haver líquido demais. “Como resultado, você começa a ir muito ao banheiro para se livrar do excesso de líquido; você não sente sede e não bebe tanto, o que significa que fica desidratado no espaço”, disse.

Ela recordou que, por isso, vemos casos de astronautas desmaiarem assim que retornam à Terra, após missões no espaço. Assim, eles criaram o modelo para tentar prever com precisão se um astronauta pode chegar em Marte sem desmaiar; afinal, se algum tripulante passar mal assim que deixar sua nave, não haverá médicos por perto para ajudar.

No modelo, a equipe da ANU simulou os impactos da exposição prolongada à microgravidade no sistema cardiovascular, para determinar se o corpo humano pode suportar a gravidade em Marte (que é menor que a da Terra) sem desmaiar ou precisar de socorro médico. O modelo conta com um algoritmo baseado em dados de missões espaciais anteriores para simular os riscos envolvidos em missões a Marte.

Segundo os autores, o modelo é capaz de simular adequadamente as principais mudanças hemodinâmicas cardiovasculares em curtos períodos durante um teste de pé, após um voo espacial prolongado. Futuramente, eles esperam expandir os recursos dele por meio de simulações de voos espaciais prolongados em indivíduos com condições cardíacas pré-existentes, para entender o que aconteceria se uma pessoa “comum” fosse ao espaço.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista npj Microgravity.

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Fonte: npj Microgravity; Via: Australian National University