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Missão da ESA busca sinal de vida em lua de Saturno com participação brasileira

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Divulgação/ESA
Divulgação/ESA

A Agência Espacial Europeia (ESA) deve dar novos passos rumo ao lançamento de uma missão para explorar Encélado, uma das luas de Saturno. Nomeada provisoriamente como “L4”, a iniciativa contará com a participação do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), localizado em São Paulo. O projeto faz parte do programa Voyage 2050, que planeja missões científicas espaciais europeias.

A missão europeia terá como foco os jatos que emergem da superfície de Encélado. Eles se originam de um oceano subterrâneo escondido sob uma espessa camada de gelo e podem conter bioassinaturas — sinais que indicam atividade biológica passada ou presente.

Como esses jatos são lançados diretamente no espaço, não será necessário perfurar a crosta gelada da lua, o que reduzirá a complexidade técnica da missão. A nave deverá realizar voos rasantes sobre as plumas para coletar partículas expelidas.

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Posteriormente, o veículo lançará uma sonda destinada a pousar na superfície de Encélado, onde coletará outros materiais e realizará análises no próprio local.

“O projeto empregará sensores avançados para estudar as propriedades físico-químicas do gelo e também buscar compostos como aminoácidos — os ‘blocos de construção’ da vida, que podem estar associados ao desenvolvimento de formas de vida microscópica em Encélado”, explica Vanderlei Cunha Parro, engenheiro de sistemas e professor titular do IMT.

Colaboração do Brasil

A participação do Instituto Mauá de Tecnologia no projeto ocorrerá por meio do desenvolvimento de um simulador avançado, que funcionará como um “gêmeo digital” da missão da ESA. Essa ferramenta é essencial para prever situações críticas, testar equipamentos e validar protocolos antes do lançamento da sonda.

“O simulador permitirá a avaliação de diferentes cenários da missão em tempo real. O sistema incluirá variáveis como a influência gravitacional de Saturno, condições térmicas extremas, interações com partículas ionizantes no ambiente espacial e o comportamento dos sistemas eletrônicos sob exposição à radiação”, destaca o professor do IMT.

Vanderlei explica ainda que o gêmeo digital desenvolvido pela instituição brasileira também servirá como base para o treinamento das equipes envolvidas na missão, ajudando a antecipar possíveis falhas e otimizar o desempenho dos instrumentos científicos.

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Etapas da missão

Atualmente, a missão L4 está em fase de análise e definição de escopo. A expectativa é que a aprovação formal por parte da ESA ocorra até o segundo semestre de 2025. O lançamento da sonda está previsto para acontecer entre 2040 e 2045, com os primeiros resultados científicos sendo divulgados a partir de 2050.

Entre os principais desafios do projeto estão as condições extremas do espaço, como a exposição a altos níveis de radiação, temperaturas extremamente baixas, impactos de micrometeoritos e falhas eletrônicas causadas pela permanência prolongada no ambiente de espaço profundo.

“Embora não esteja prevista a coleta de amostras físicas para envio à Terra, os instrumentos científicos a bordo permitirão a análise dos materiais no próprio local. Os dados serão transmitidos por rádio, o que possibilita respostas mais ágeis às descobertas feitas na lua de Saturno”, conclui Vanderlei Cunha.

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Fonte: The Conversation