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Micrometeorito raro traz material "impossível" à Terra

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Fevereiro de 2024 às 19h09

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Agrosì et al./Communications Earth & Environment
Agrosì et al./Communications Earth & Environment

Um colecionador de minerais encontrou micrometeorito no Monte Gariglione, Itália, com uma liga incomum de alumínio e cobre, além de um material considerado “proibido” de existir no universo: um quasicristal. Apesar de improvável, este é o terceiro objeto do tipo a ser descoberto.

O cientista amador Francesco Badolato encontrou uma pequena esfera com características prateadas na Calábria, no topo do Monte Gariglione, e decidiu entregá-la à Universidade de Bari para estudos.

As pesquisas foram feitas por uma colaboração entre a Universidade de Bari e a Universidade de Florença. Eles então descobriram se tratar de um micrometeorito com uma combinação muito rara de cobre e alumínio.

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Contudo, o que mais surpreendeu a equipe foi a simetria “proibida” no arranjo dos átomos do objeto. Diferente de um cristal normal, o quasicristal apresenta redes atômicas que se repetem no espaço, mas mudam de disposição.

Segundo Luca Bindi, professor titular de Mineralogia e Diretor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Florença, os quasicristais são “materiais nos quais os átomos estão dispostos como num mosaico, em padrões regulares, mas que nunca se repetem da mesma forma, diferente do que acontece nos cristais comuns”.

Essas estruturas são estudadas desde a década de 1980, com aplicações em vários setores industriais, mas não deveriam existir na natureza. Mesmo assim, Bindi descobriu um deles em 2011, no Extremo Oriente russo, em um micrometeorito que pertenceu ao meteoro Khatyrka.

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O fato do novo micrometeorito ter sido encontrado na Itália, milhares de quilômetros distante da descoberta na Rússia, chamou ainda mais a atenção dos pesquisadores — a distância significa que o novo quasicristal veio de um meteoro diferente do anterior.

Se um tipo de material “proibido” de existir se formou em dois asteroides diferentes, significa que ainda há muito o que descobrir a respeito do Sistema Solar, implicando na compreensão de sua própria origem.

A descoberta foi detalhada na Communications Earth & Environment, e o micrometeorito está guardado no Museu de Ciências da Terra da Universidade de Bari, que disponibilizará uma seção específica a amostras extraterrestres.

Fonte: Communications Earth & Environment, via: Astrospace