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Meteorito indica que supernovas participaram da formação do Sistema Solar

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Steve Jurvetson/Wikimedia Commons
Steve Jurvetson/Wikimedia Commons

Um pedaço de meteorito encontrado em 2020, na Argélia, forneceu informações valiosas sobre a formação do Sistema Solar. A composição da rocha espacial revela uma quantidade de alumínio-26 superior à de outros meteoritos, sugerindo a “invasão” de elementos expelidos por supernovas distantes.

O Erg Chech 002 é um meteorito mais antigo que a Terra, quase inalterado desde a sua formação, e diferente de qualquer outro já encontrado. Sua composição indica que o objeto se envolveu em atividades ígneas, semelhantes aos vulcões na Terra, sugerindo que ele já foi parte de um planeta “bebê” cuja formação foi interrompida.

No passado distante, o meteorito já possuiu o isótopo alumínio-26, que é produzido durante as explosões de supernovas. Os cientistas sabem disso porque hoje a rocha contém o isótopo magnésio-26, que surge após a meia-vida de 717.000 anos do alumínio-26. Conhecer esse “prazo de validade” desses elementos ajuda a determinar a idade do objeto.

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Assim, eles calcularam que o Erg Chech 002 tem 4,566 bilhões de anos, apenas 2 milhões de anos mais novo que o próprio Sistema Solar e cerca de 26 milhões de anos mais velho que a Terra. O resultado é consistente com cálculos de estudos anteriores.

Quando comparado a outros meteoritos de composição e idade semelhante, o Erg Chech 002 possui uma quantidade maior de alumínio-26, era maior no do que outros meteoritos. Isso sugere que esse isótopo estava distribuído de forma desigual na nuvem de gás e poeira onde o Sol se formou.

Caso esteja correto, esse cenário pode representar uma importante parte da história de nosso quintal cósmico: quando o Sol terminava de se formar em meio à sua nebulosa de gás e poeira, isótopos formados por explosões de supernovas distantes chegaram, penetrando apenas em algumas regiões da nebulosa.

Esses elementos interestelares, incluindo o alumínio-26, teriam sido absorvidos por protoplanetas, ou seja, rochas que começavam a formar planetas “bebês”. Muitos deles, no entanto, tiveram a evolução interrompida por eventos como colisões com outros corpos — o que seria suficiente para arrancar o Erg Chech 002 de seu protoplaneta original.

Por fim, o alumínio-26 tem um papel fundamental ao fornecer calor para o derretimento inicial dos pequenos corpos planetários. Portanto, sua presença no Erg Chech 002 também sustenta a hipótese da origem protoplanetária do objeto.

O artigo da pesquisa foi publicado na revista Nature Communications.

Fonte: Nature Communications; via: ScienceAlert, Sci.News