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LUVOIR: conheça o projeto de telescópio da NASA que buscará vida fora da Terra

Por| 03 de Março de 2020 às 13h04

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Antes mesmo do atrasado lançamento do telescópio espacial James Webb, a NASA já enfrenta o desafio de selecionar o projeto que será seu próximo grande telescópio espacial para a década de 2040. Ainda restam alguns anos para decidir, mas a agência espacial tem quatro candidatos, e já financiou análises detalhadas para entender melhor os possíveis riscos e oportunidades de cada proposta.

Um dos projetos é chamado de Large UV/Optical/IR Surveyor (LUVOIR). Se for construído, o telescópio poderá abordar uma série de assuntos científicos, mas sua especialidade seria fornecer uma visão mais realista dos exoplanetas considerados "parecidos com a Terra". É que embora esses mundos sejam de tamanho, massa e órbita semelhantes ao nosso, ninguém sabe exatamente como eles são.

Caso o LUVOIR seja escolhido, ele poderia significar “o nascimento de um novo campo de astrobiologia comparada", de acordo com Aki Roberge, astrônoma do Goddard Space Flight Center da NASA. Com observações desse instrumento em apenas 28 desses mundos “parecidos com a Terra”, os cientistas deixariam de vê-los como pequenas sombras negras, que é exatamente a visão que os instrumentos atuais podem oferecer.

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Em outras palavras, o LUVOIR aproximaria esses mundos pequenos e rochosos e diria aos cientistas quantos desses de planetas são realmente semelhantes à Terra - se há oceanos de água líquida, uma atmosfera favorável à vida e até mesmo se existem organismos em desenvolvimento. "Não temos ideia de como será a diversidade dos planetas terrestres", disse Roberge, lembrando que no Sistema Solar existem três: Vênus, Terra e Marte. Mas eles são muito diferentes um do outro.

Além disso, Roberge acredita que deve haver muitos outros mundos rochosos diferentes desses três. Para cada um dos mundos estudados, o LUVOIR forneceria detalhes sobre a quantidade de luz de vários comprimentos de onda provenientes do objeto. Esses espectros permitiriam aos cientistas identificar os componentes que há naquele planeta, revelando mais sobre o que está acontecendo na superfície.

De acordo com a equipe do LUVOIR, se eles puderem analisar pelo menos 28 desses mundos que tiverem uma atmosfera e não encontrarem sinais de vida, isso deve significar que menos de 10% dos planetas com o tamanho e as características orbitais da Terra devem abrigar alguma forma de vida.

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No entanto, se alguma vida for encontrada nessas análises, os cientistas poderão começar a trabalhar em um quebra-cabeça ainda maior: a compreensão das leis da vida. Como Roberge explica, conhecemos apenas um planeta habitado, e ao observá-lo, temos um vislumbre da evolução pela seleção natural. "Provavelmente há mais [leis de evolução da vida], mas nunca descobriremos quais são, a menos que tenhamos mais exemplos", disse ela.

O LUVOIR não se limitaria apenas em examinar planetas rochosos para buscar por sinais de vida, mas também encontraria muitos outros mundos. "Para cada candidato a planeta habitável que descobrimos, temos 10 vezes mais exoplanetas exóticos chegando para a festa", disse Roberge. Para ser um conceito de missão emblemática, no entanto, isso não será suficiente. A equipe também precisa fazer com que o telescópio seja relevante para muitos subcampos da astrofísica, aprimorando o conjunto de instrumentos para ser o mais flexível possível.

Para torná-la ainda mais relevante, a equipe incluiu no conceito de missão a capacidade do telescópio de estudar a matéria escura, mostrar como as galáxias funcionam e até monitorar as luas geladas no Sistema Solar externo em busca de plumas de água.

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Se o LUVOIR for selecionado como próximo grande projeto de telescópio espacial da NASA, sua equipe poderá enfrentar as mesmas dificuldades dos projetos atuais, como o Wide Field Infrared Survey Telescope (WFIRST), que foi cancelado várias em propostas de orçamento do governo do presidente Donald Trump e restabelecido pelo Congresso. O Telescópio Espacial James Webb também sofreu com atrasados consecutivos e ficou muito acima do orçamento.

Cientistas e engenheiros da equipe do LUVOIR incluíram em seus planos uma série de recomendações à NASA, que ajudaria a evitar problemas como estes caso o projeto seja escolhido. Mas nem tudo depende deles. Seja como for, ainda teremos que esperar pelo lançamento do James Webb para saber o destino dos programas de pesquisa espacial da NASA para as próximas décadas.

Fonte: Space.com