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Lua pode ser milhões de anos mais antiga do que acreditávamos

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA
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A Lua parece ter 4,46 bilhões de anos, ou seja, talvez seja 40 milhões de anos mais antiga do que os cientistas estimavam. A descoberta foi feita por pesquisadores liderados por Jennika Greer, que analisaram amostras de cristais na poeira lunar coletada durante a missão Apollo 17.

Quando o assunto é a formação da Lua, a teoria mais amplamente aceita é a hipótese do impacto gigante. Ela considera que nosso satélite natural foi formado após uma colisão entre um objeto do tamanho de Marte e a Terra. Depois, os fragmentos liberados pelo impacto se agruparam, originando nossa Lua.

Não se sabe exatamente quando tal evento ocorreu e nem quanto tempo demorou para a Lua se formar. Estimativas anteriores sugeriam que ela surgiu 60 milhões de anos após o Sistema Solar surgir, enquanto o novo estudo aumenta este número para 108 milhões de anos.

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Para chegar a estes resultados, os cientistas analisaram amostras do mineral zircão, presentes no material lunar trazido à Terra com a Apollo 17. O material foi formado originalmente quando a superfície lunar, derretida após o impacto, se solidificou.

Por isso, os cientistas acreditam que os cristais de zircão representam os primeiros compostos sólidos que sofreram cristalização após a formação da Lua — e, por isso, podem guardar pistas sobre a idade dela.

Os autores identificaram e mapearam os átomos individuais nas amostras e, depois, usaram um dispositivo a laser para evaporá-los. Em seguida, a equipe mediu a velocidade deles para descobrir a massa e determinar as proporções dos isótopos ali.

O processo revelou a idade dos cristais. “Isso indica que a Lua tem pelo menos 4,46 bilhões de anos, o que contradiz algumas propostas recentes de uma formação lunar jovem”, disse Romain Tartèse, da Universidade de Manchester. Para ele, os resultados sugerem que o impacto que formou nosso satélite natural aconteceu algumas dezenas de milhões de anos antes deste ponto.

Ele observou também que o estudo considera que as descobertas das amostras Apollo se aplicam à Lua, mas este pode não ser o caso. “Isso destaca a importância de trazer mais amostras de regiões diferentes da Lua em missões futuras”, finalizou.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Geochemical Perspectives Letters.

Fonte: Geochemical Perspectives Letters; Via: Northwestern University, The Guardian