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Lua Encélado, de Saturno, pode ter correntes fluindo em oceano subterrâneo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Março de 2021 às 18h30

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NASA
NASA

Encélado, uma das várias luas que orbitam Saturno, parece ter um oceano localizado a cerca de 20 km abaixo de sua superfície coberta por gelo. Em um novo estudo feito por pesquisadores de instituições variadas, eles perceberam que o oceano parece estar "ativo", com correntes fluindo assim como acontece nos oceanos da Terra. Se essa possibilidade for comprovada, será um grande contraste à teoria atual, que propõe que o oceano global desta lua é homogêneo.

Esta lua tem apenas 500 km de diâmetro e é a sexta maior na órbita de Saturno. Apesar de ser relativamente pequena, a lua chamou a atenção dos cientistas em 2014, quando um sobrevoo da sonda Cassini revelou evidências que havia um oceano na subsuperfície de lá. Além disso, a sonda coletou amostras de água líquida saindo de gêiseres, abertos nas fissuras do gelo que cobre o polo sul da lua. Assim, Encélado faz parte da breve lista de locais no Sistema Solar com água líquida, o que a torna um objeto de grande interesse para os astrobiólogos buscarem sinais de vida.

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O oceano de Encélado é bem diferente daqueles da Terra: além de provavelmente estar na subsuperfície da lua, este oceano tem pelo menos 30 km de profundidade e, ainda, é mais frio na parte mais rasa, por estar perto do gelo, e mais quente no fundo, devido ao calor vindo do núcleo da lua. Por outro lado, ele é salgado assim como os oceanos da Terra. Assim, Ana Lobo, geofísica que liderou o estudo, sugere que o oceano possui correntes parecidas com aquelas que ocorrem nos oceanos terrestres.

Essa possibilidade veio a partir da análise de medidas obtidas pela missão Cassini, somadas aos dados da pesquisa de Andrew Thompson, professor de ciência ambiental e engenharia. Thompson estuda como o gelo e a água interagem e causam a mistura dos oceanos em torno da Antártida e, assim, Lobo percebeu que as variações da quantidade de sal no oceano de Encélado podem funcionar como propulsores de circulação do oceano da mesma forma como acontece na Antártida.

Anteriormente, a sonda Cassini já havia mostrado que a camada de gelo que envolve a lua é mais fina nas regiões polares e mais espessa no equador. Essas áreas com gelo mais fino estão provavelmente associadas ao derretimento, enquanto o gelo mais espesso se relaciona ao congelamento. Estes fenômenos afetam as correntes oceânicas, porque a água congelada libera sais. Por isso, a água que está por perto fica mais pesada e acaba afundando.

Um modelo computacional feito com base nos estudos de Thompson sugere que as regiões de congelamento e derretimento podem ser ligadas pelas correntes de oceânicas, o que cria um sistema de circulação dos polos para o equador. Esse sistema seria semelhante àquele do Oceano Antártico, e pode ser responsável pela distribuição de calor e nutrientes: “entender quais regiões do oceano da subsuperfície podem ser as mais hospitaleiras para a vida como conhecemos pode direcionar as iniciativas de busca por sinais de vida”, finaliza Thompson.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Geoscience.

Fonte: Caltech