Lua de Saturno pode esconder sinais de vida devido ao movimento de seu oceano
Por Júlia Putini |

A lua de Saturno, chamada de Encélado, pode ter vida nas profundezas de seu mar, mas sua movimentação é tão incompreensível para os cientistas que pode fazer com que formas de vida jamais sejam descobertas.
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Um novo estudo sobre esse satélite foi publicado na revista científica Communications Earth and Environment na quinta-feira (6).
A lua foi escolhida pelos pesquisadores porque ela lança água do oceano no espaço por meio de rachaduras em sua superfície gelada. Assim, são formadas camadas que diminuem o movimento de material, impedindo que ele circule do fundo do oceano até a superfície.
Oceano de Encélado
Em comunicado à imprensa, o principal autor do estudo, Flynn Ames, disse que o oceano de Encélado deve se comportar como óleo e água em uma jarra, com camadas que resistem à mistura vertical.
"Essas barreiras naturais podem prender partículas e traços químicos de vida nas profundezas abaixo por centenas a centenas de milhares de anos. Anteriormente, pensava-se que essas coisas poderiam chegar eficientemente ao topo do oceano em alguns meses", afirmou.
Dentre os resquícios que podem indicar a presença de vida estão traços químicos, micróbios e material orgânico, que podem se decompor ou se transformar à medida que viajam pelo oceano.
Chamadas de assinaturas biológicas, podem se tornar irreconhecíveis quando chegam à superfície, onde uma espaçonave poderia coletá-las. Assim, não sobram evidências, mesmo que exista vida nas profundezas.
"À medida que a busca por vida continua, futuras missões espaciais precisarão ser extremamente cuidadosas ao coletar amostras das águas superficiais de Encélado", finalizou o autor.
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