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Grande Mancha Vermelha de Júpiter é 50 vezes mais funda que os oceanos da Terra

Por| 28 de Dezembro de 2017 às 10h25

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Grande Mancha Vermelha de Júpiter é 50 vezes mais funda que os oceanos da Terra
Grande Mancha Vermelha de Júpiter é 50 vezes mais funda que os oceanos da Terra

Descobertas recentes apresentadas na semana passada no encontro da União Geofísica dos Estados Unidos, em Nova Orleans, a respeito do maior planeta do sistema solar enfim vieram à tona. A missão feita em julho deste ano traz o reconhecimento de duas zonas de radiação inexploradas em Júpiter e a constatação de que o enorme e belo anticiclone que ocorre na atmosfera do planeta, chamado de a Grande Mancha Vermelha, possui, no mínimo, 300 quilômetros de profundidade – e provavelmente ainda mais.

A revelação foi feita por causa do radiômetro de micro-ondas da sonda Juno, que percorreu a tempestade no meio do ano. A nave da NASA foi criada para vasculhar abaixo das nuvens de Júpiter, medindo emissões de micro-ondas que atravessam as nuvens para o espaço; e, com a mais recente exploração, Juno trouxe novas observações aos cientistas sobre como se comporta uma grande esfera de hidrogênio.

Scott Bolton, principal investigador da Juno no Southwest Research Institute em San Antonio, levantou a questão: “Uma das perguntas mais básicas sobre a mancha é: quão profundas são suas raízes?”. A resposta é um tanto quanto assustadora: “Os dados de Juno indicam que a tempestade mais famosa do sistema solar é quase do tamanho de uma Terra e meia, e tem raízes que penetram cerca de 300 quilômetros na atmosfera do planeta”. Isto significa que essas raízes são entre 50 e 100 vezes mais profundas que os oceanos da Terra.

Ainda de acordo com as descobertas da Juno, as raízes da Grande Mancha Vermelha são mais quentes na base do que no topo. Os ventos da tempestade, portanto, estão associados a essas diferenças de temperatura, e o calor da base explica os ventos ferozes vistos no topo da atmosfera. As informações corroboram com a descoberta feita em 2016 por cientistas no Havaí, que usaram um telescópio infravermelho e afirmaram que a atmosfera acima da mancha (medindo entre 550 a 950 quilômetros) era incrivelmente quente, chegando a uma temperatura média de 1.300º C.

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Antes de a Juno ser concebida, só era possível aos astrônomos observar os giros das nuvens de Júpiter por cima da Grande Mancha Vermelha, cuja largura foi medida em 16 mil quilômetros – maior do que a Terra. O que ocorria abaixo das nuvens, permanecia sendo um enorme mistério. Agora, com essas revelações, o futuro da mancha permanece em discussão.

Fonte: Uol, NASA