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Jatos de buracos negros "silenciosos" também causam estragos em galáxias

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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hon_hon_zaza/Envato
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Jatos altamente energéticos — emitidos por buracos negros supermassivos ativos nos centros galácticos — costumam afetar a evolução de suas galáxias, mas parece que isso também ocorre com jatos menos ferozes. Esse é o caso da galáxia Teacup, moldada por jatos lentos e bem menos energéticos.

Quando buracos negros supermassivos no coração de uma galáxia está aproveitando uma farta refeição, parte da matéria transformada em plasma é direcionada para os polos norte e sul do buraco negro. Deles, a matéria é expelida na forma de jatos, muitas vezes maiores que o diâmetro da própria galáxia, com velocidade próxima à da luz.

Os casos mais extremos dessas galáxias ativas são os quasares e os blazares, mas também há algumas ativas e bem menos “extravagantes”. Elas ainda emitem jatos dos polos de seus buracos negros supermassivos, mas com muito menos energia. Ou seja, mais lentos.

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Em galáxias ativas com jatos mais fracos são chamadas de rádio-silenciosas, mas não se engane — as simulações de computador do novo estudo sugerem que eles ainda têm poder o suficiente para causar impactos grandes, com alta capacidade de empurrar o gás próximo.

Usando também observações do Atacama Large Millimeter Array (ALMA), os autores da pesquisa descobriram que a galáxia rádio-silenciosa Teacup é moldada pelos jatos pouco energéticos de seu buraco negro. “Mesmo no caso de galáxias silenciosas, os jatos podem redistribuir e perturbar o gás circundante”, disse a coautora Christina Raos Almeida.

Com os dados do ALMA, a equipe detectou moléculas de monóxido de carbono que só podem existir sob certas condições de densidade e temperatura. Isso sugeriu a eles que o jato de baixa potência está atrapalhando a distribuição do gás, aquecendo-o e acelerando-o de maneira incomum.

Almeida pontuou que essa perturbação do gás trará “um impacto na capacidade da galáxia de formar novas estrelas”. Agora, os pesquisadores querem observar uma amostra maior de galáxias rádio-silenciosas, incluindo quasares, para entender o impacto dos jatos na formação estelar.

O artigo foi publicado no Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Astronomy & Astrophysics

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