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Buraco negro supermassivo pode ter "assassinado" sua própria galáxia

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Março de 2023 às 18h57

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hon_hon_zaza/Envato
hon_hon_zaza/Envato

O telescópio James Webb observou a primeira galáxia a “morrer” (isto é, a cessar a formação de novas estrelas) já descoberta. Ela teve atividade intensa até 800 milhões de anos após o Big Bang e, então, parou de repente. Agora, cientistas suspeitam que a culpa seja de um buraco negro.

Localizada a cerca de 12,5 bilhões de anos-luz de distância, a galáxia GS-9209 foi observada pela primeira vez no início dos anos 2000. Por apresentar algumas peculiaridades, os astrônomos usaram telescópios terrestres para estudá-la e descobriram que ela não estava lá muito ativa.

Agora, foi a vez de obter dados sobre ela com o Webb — ou seja, observar suas luzes em infravermelho. Isso permitiu medir a distância da galáxia, que antes era confusa devido à interferência da atmosfera da Terra. Com isso, os cientistas perceberam que essa galáxia se formou 600 milhões de anos após o Big Bang, com uma enorme explosão de formação estelar. Isso ocorreu devido às condições turbulentas do universo jovem e o colapso de uma nuvem de gás gigantesca. No entanto, após 200 milhões de anos (nos quais produziu cerca de 40 bilhões de massas solares), ela se tornou abruptamente “morta”.

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O que teria acontecido? Para os autores da observação, o buraco negro supermassivo no centro da galáxia teria crescido o suficiente para se tornar um quasar, "assassinando" sua própria galáxia. Um quasar tem tamanho muito maior do que uma estrela, mas menor do que o tamanho mínimo para que uma formação seja considerada uma galáxia.

Quasares acumulam uma grande quantidade de material ao redor de si, girando tão rápido que atingem temperaturas suficientes para afastar nuvens de gás próximas. "Se você tem um buraco negro enorme e coisas estão caindo nele, isso leva a muita energia irradiando desse acréscimo", disseram os autores. Embora o estudo não seja conclusivo, os autores disseram que “este é basicamente o único processo que pensamos ser capaz de injetar energia suficiente no gás da galáxia em um curto espaço de tempo para aquecê-lo de forma que não colapse para formar mais estrelas ou para limpar completamente a galáxia de gás formador de estrelas”.

Não é a primeira vez que astrônomos encontram galáxias "mortas", mas esta é a mais distante delas — ou seja, é a luz mais antiga já obtida de uma galáxia desse tipo. O artigo que descreve a pesquisa está disponível no servidor de pré-impressão arXiv.org e aguarda revisão de pares.

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Fonte: arXiv.org, Live Science