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James Webb revela nuvens de areia em exoplaneta do tamanho de Júpiter

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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LUCA/K. Verpoest/J. Van Looveren/A. Dyrek/ESA/NASA
LUCA/K. Verpoest/J. Van Looveren/A. Dyrek/ESA/NASA

O telescópio James Webb identificou características curiosas em Wasp-107b, um exoplaneta a cerca de 200 anos-luz da Terra. Cientistas liderados por Leen Decin, da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, analisaram observações do exoplaneta e descobriram a composição das suas nuvens, o que pode contribuir para entenderem melhor a química de mundos distantes.

Descoberto em 2017, o exoplaneta Wasp-107b tem tamanho parecido com o de Júpiter, mas apenas 12% de sua massa. Ele leva seis dias para orbitar sua estrela, um astro um pouco mais frio e menos massivo que o nosso Sol.

O vídeo abaixo representa o planeta orbitando sua estrela:

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No novo estudo, os pesquisadores usaram o telescópio James Webb para analisar como a atmosfera do planeta filtra a luz da sua estrela. Como os diferentes elementos absorvem comprimentos de onda variados, análises do tipo podem revelar os gases presentes lá.

Foi assim que eles descobriram dióxido de enxofre, composto que revela um pouco sobre as interações entre a luz e as moléculas por lá. A estrela que o planeta orbita emite pequena quantidade de fótons altamente energéticos e, como Wasp-107b tem baixa densidade, os fótons chegam ao fundo de sua atmosfera e formam dióxido de enxofre.

A equipe também identificou nuvens de partículas de silicatos, ou seja, grãos finos de areia. Eles acreditam que estas nuvens nascem por um processo parecido com aquele das nuvens de vapor d’água na Terra: quando gotas de areia se condensam e caem, elas encontram camadas quentes e se transformam em vapor. Assim, voltam ao alto da atmosfera como nuvens.

Um dos principais objetivos do telescópio James Webb é analisar as atmosferas de exoplanetas em busca de gases que, talvez, indiquem a ocorrência de processos biológicos. Entretanto, o Wasp-107b não é bom candidato para isso: além de as temperaturas por lá chegarem a 1.000 ºC, ele não tem superfície sólida. “É absolutamente hostil, não é para nós”, observou Decin.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: KU Leuven, The Guardian