James Webb descobre sinal que pode mudar compreensão do Universo
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

Parece que o telescópio James Webb deixou os cientistas confusos outra vez. Através de observações da lente gravitacional formada por uma supernova distante, astrônomos notaram que a taxa de expansão do universo continua misteriosamente incerta.
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Para entender, vale recordar brevemente o início de tudo. O universo surgiu há 13,8 bilhões de anos com a expansão do Big Bang ocorrida em uma fração de segundo, mas logo a gravidade começou a desacelerar o processo. Nove bilhões de anos depois, a expansão do universo voltou a acelerar com a ajuda da energia escura.
O problema é que, dependendo da área estudada no universo, os cientistas encontram taxas de expansão diferentes. Esta discrepância é conhecida como Tensão de Hubble. Por outro lado, as medidas obtidas do universo primordial (e distante) mostram que a taxa de expansão, chamada de Constante de Hubble, corresponde melhor aos modelos atuais do universo.
Existem diferentes formas de medir a constante de Hubble. Uma delas inclui as pequenas variações na radiação cósmica de fundo, uma espécie de “luz fóssil” deixada pelas primeiras luzes que brilharam após o Big Bang. Este método mostrou que a Taxa da Expansão é de 67 quilômetros por segundo por megaparsec PLCK G165.7+67.0, correspondendo às previsões do Modelo Padrão da Cosmologia.
A taxa de expansão do universo
A má notícia é que outro método, que mede distâncias menores com a ajuda das estrelas Cefeidas, traz o valor de 73,2 km/s/Mpc. A diferença pode parecer pouca, mas saiba que ela é suficiente para contradizer as previsões do Modelo Padrão.
Só que o novo estudo mostra que o mistério da taxa de expansão continua. O James Webb observou o aglomerado galáctico PLCK G165.7+67.0, encontrado a 3,6 bilhões de anos-luz, e identificou três pontos luminosos que vieram de uma única supernova. Ela “apareceu’ três vezes porque sua luz foi distorcida e ampliada por uma lente gravitacional.
Ao estudar os atrasos entre os pontos luminosos, e combinando os dados com a distância da supernova em modelos de lentes gravitacionais, os pesquisadores chegaram a um valor da constante de Hubble de 75,4 km/s/Mpc, mais 8,1 ou menos 5,5.
“Os resultados da nossa equipe são impactantes: o valor da constante de Hubble corresponde a outras medidas do universo local, e de alguma forma, está em tensão com os valores obtidos quando o universo era jovem”, observou Brena Frye, coautora do estudo.
Os artigos que descrevem a descoberta foram publicados na revista The Astrophysical Journal e no repositório arXiv.
Fonte: NASA