Hubble e James Webb fotografam a "Galáxia Fantasma"
Por Danielle Cassita • Editado por Rafael Rigues |
Uma nova foto da galáxia M74, mais conhecida como “Galáxia Fantasma”, mostra o poder de diferentes telescópios espaciais trabalhando juntos: a imagem foi produzida com base em dados dos observatórios James Webb e Hubble capturados ao longo de diferentes comprimentos de onda, que proporcionam uma visualização completa da galáxia e de suas características.
Localizada a mais de 30 milhões de anos-luz da Terra, a M74 é um dos objetos favoritos dos astrônomos que estudam a origem e a estrutura das galáxias espirais. Muito disso se deve aos seus braços espirais proeminentes e bem definidos, diferentes das estruturas mais difusas encontradas em outras galáxias do tipo.
Abaixo, você confere a galáxia pelos “olhos” do Hubble, pela combinação dos dados dos dois observatórios e pelo Webb, respectivamente:
As observações da galáxia realizadas pelo telescópio Hubble, na luz visível e ultravioleta, mostraram as chamadas “regiões HII”, locais onde ocorre a formação de estrelas; as estrelas mais jovens e azuladas estão dispersas pelos braços da galáxia, enquanto as mais antigas e vermelhas aparecem em direção ao centro. Já a imagem do Webb traz uma visão bem diferente da galáxia.
O novo telescópio utilizou o instrumento Mid-InfraRed Instrument (MIRI), e revelou filamentos gasosos delicados nos braços da M74: na imagem, o destaque fica por conta das massas de gás e poeira distribuídos pelos braços da galáxia, junto de um aglomerado estelar no centro dela, que pode ser observado graças à ausência de poeira na região.
A foto do centro, com a combinação das observações do Webb e do Hubble, tem tons de vermelho predominando, que indicam a poeira espalhada ali, enquanto as áreas em laranja são marcadas por poeira mais quente. As estrelas jovens nos braços e núcleo aparecem em azul, enquanto as mais antigas, encontradas em direção ao centro da M74, podem ser vistas em azul claro e verde. Em rosa, aparecem bolhas de formação estelar.
É raro ter uma variação tão grande de estruturas galácticas em uma única imagem — daí a importância da combinação de dados de telescópios que operam em diferentes porções do espectro eletromagnético. Desta forma, os dados do Webb e do Hubble se complementaram, criando uma visualização ampla e completa da Galáxia Fantasma.
Fonte: ESA