Grupo quer transmitir dados científicos e amostras de música a extraterrestres
Por Danielle Cassita • Editado por Rafael Rigues |
Uma mensagem composta por dados científicos e amostras de música será enviada à estrela TRAPPIST-1, orbitada por pelo menos sete planetas. A mensagem representa uma tentativa da Messaging Extraterrestrial Intelligence (METI), uma organização sem fins lucrativos que busca entrar em contato com alienígenas, de iniciar uma conversa com seres extraterrestres, caso existam.
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Douglas Vakoch, do METI, explica que eles estão testando uma versão da chamada “hipótese do zoológico'', uma ideia com raízes na década de 1970 que oferece uma explicação para a falta de contatos de seres alienígenas: eles podem até saber da nossa existência, mas não entraram em contato conosco através de comunicação ou visitas porque não querem.
Assim como os pesquisadores observam animais sem perturbá-los, os alienígenas teriam decidido manter distância para garantir que seguiremos nosso desenvolvimento evolucionário, sem interferir. “Eles podem estar lá e já sabem que também estamos, mas para conseguir acesso ao ‘clube galáctico’ precisamos enviar uma solicitação e, talvez, até pagar taxas”, disse Vakoch. “Essa é a nossa tentativa de pagá-las e ver se seremos recebidos no clube”.
Segundo ele, a transmissão será realizada através de pulsos breves, enviados em quatro diferentes fases da mesma frequência. No início do processo, haverá uma série de emissões para identificar a mensagem como algo artificial; depois, eles pretendem realizar contagens simples, transmitir detalhes da tabela periódica e enviar representações de átomos.
Já as amostras musicais vão incluir Ode 1. Ode to the Herald of God. A Beauty of the Earth, do compositor soviético Eduard Artemyev, junto da música Journey Through the Asteroid Belt, da banda The Comet is Coming, faixas de DJs e músicos que se apresentaram no festival Stihia, no Uzbequistão, entre outros. A porção musical da mensagem deverá ser enviada somente após as outras transmissões.
Vakoch explica que o objetivo deles é ter informação redundante, várias formas de representá-la e ter a humildade para reconhecer que o que pode parecer óbvio para nós, talvez não seja para extraterrestres. “Então, vamos enviar-lhes as informações em vários formatos, na esperança de que algum deles faça sentido”, disse.
Caso alguma forma de vida exista no sistema TRAPPIST-1 e decida responder ao contato, deve levar 80 anos para a resposta chegar. “Se conseguirmos uma resposta das primeiras meia dúzia ou dúzia de estrelas em que focamos, isso significará que o universo está, surpreendentemente, cheio de vida inteligente”.
Fonte: Via: News Scientist