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Oceano em Marte? Gravidade pode dizer se ele já existiu

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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M. Kornmesser / ESO / N. Risinger, skysurvey.org
M. Kornmesser / ESO / N. Risinger, skysurvey.org

Um novo estudo reforça a possibilidade de que Marte já teve um grande oceano. A descoberta foi feita por cientistas liderados por Jaroslav Klokocnik, do Instituto Astronômico da Academia Tcheca de Ciências, que usaram um novo método para analisar a força gravitacional do planeta.

Os cientistas planetários acreditam que Marte já foi um mundo muito mais úmido que aquele que vemos hoje. Entretanto, o debate ganha força quando o assunto é um oceano, que pode ou não ter existido no hemisfério norte do Planeta Vermelho.

Kletetschka explica que é possível trabalhar com a gravidade para investigar o passado da água em Marte porque esta técnica já foi usada na Terra. “Em uma área da África nordeste, por exemplo, esta iniciativa da gravidade mostrou o litoral de um antigo lago”, descreveu ele.

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O novo estudo seguiu uma abordagem diferente da tradicional, que consiste em mapear superfícies a partir das anomalias gravitacionais. Elas são áreas onde a gravidade exercida pelas características de um corpo planetário é mais forte ou mais fraca.

Por exemplo, uma montanha exerce maior força gravitacional porque tem concentração de massa maior do que aquela esperada em um planeta sem formações nas superfícies. Já as bacias e depressões oceânicas têm menor força gravitacional.

Assim, os autores trabalharam com um processo desenvolvido por Klokocnik, que analise os aspectos gravitacionais (produtos matemáticos que caracterizam anomalias gravitacionais), calculados a partir das medidas das anomalias. Eles também usaram dados do orbitador Mars Global Surveyor, da NASA.

Eles observam que o novo mapa dos aspectos gravitacionais permite uma melhor restrição do oceano que pode ter existido no planeta, por meio da topografia, da gravidade e das formações no terreno. “O [sistema de cânions] Valles Marineris teria a água que iria fluir para este oceano”, finalizaram.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Icarus.

Fonte: Icarus; Via: UAF