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Grandes impactos durante a solidificação do magma da Lua seriam quase invisíveis

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Setembro de 2021 às 19h30

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viledevil/Envato
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As marcas deixados por colisões na superfície da Lua ajudam não apenas a entender a formação do nosso satélite natural, como também da Terra. No entanto, uma nova pesquisa propõe que alguns desses impactos deixaram marcas quase invisíveis, pois teriam se chocado contra a Lua enquanto ela ainda se resfriava em seus primeiros milhares de anos.

Por volta de 4 bilhões de anos atrás, a Lua era um oceano global de magma. Os impactos que ocorreram nos milhões de anos seguintes, enquanto ela se resfriava, podem ter deixado marcas bem diferentes das observadas hoje. Segundo Katarina Miljkovic, principal autora do artigo e professora associada da Curtin University, quando asteroides ou outros objetos atingiram a superfície lunar macia, não teriam deixado marcas revelantes.

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Ainda não existe um consenso sobre tempo exato que a Lua levou para se tornar completamente sólida, mas acredita-se que tenha sido o suficiente para ela ser bombardeada ainda em sua fase de magma. Alguns estudos sugerem que a Lua esfriou há cerca de 10 milhões após sua formação, enquanto outros estudos sugerem 200 milhões de anos, mas há também aqueles indicando que algumas regiões lunares levaram até 500 milhões de anos para se solidificar.

Para os pesquisadores, a Lua parcialmente solidificada teria uma camada “mole” entre a crosta e o manto. Ao sofrer um impacto, qualquer vestígio seria quase completamente apagado da superfície. Para Miljkovic e sua equipe, essas informações se encaixam as evidências que mostram que a superfície lunar foi muito mais atingida no início de sua formação.

O estudo mostra que antigas bacias de impacto seriam quase irreconhecíveis na superfície lunar, mas encontrá-las é fundamental para entender a história da Lua e da Terra — bem como a juventude do Sistema Solar. A análise também indica que muitas bacias, incluindo Bacia do Polo Sul-Aitken, formou-se quando a superfície ainda não estava totalmente solidificada.

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Ainda é difícil estimar a quantidade dessas crateras quase invisíveis. Os pesquisadores têm muito o que analisar, mas acreditam que a análise é consistente com as previsões recentes de fluxos de maior impacto na juventude da Lua do que indicar apenas por suas atuais crateras. “Traduzir esta descoberta ajudará futuros pesquisadores a entender o impacto que a Terra primitiva poderia ter experimentado e como isso teria afetado a evolução do nosso planeta”, ressalta Miljkovic.

A pesquisa foi integralmente publicada no dia 14 de setembro deste ano, na revista Nature.

Fonte: Universe Today