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Gigante gasoso encontrado pelo telescópio espacial Kepler tem órbita de 218 dias

Por| 13 de Janeiro de 2021 às 12h00

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Reprodução/NASA/JPL-Caltech/T. Pyle
Reprodução/NASA/JPL-Caltech/T. Pyle

Em um novo estudo, cientistas conseguiram medir um gigante gasoso cerca de cinco vezes mais pesado que Júpiter. O planeta gigantesco, chamado Kepler-1514b e que recebeu o apelido de GOT ‘EM-1b, fica a mais de 1.300 anos-luz de distância da Terra e leva 218 dias para viajar em torno de sua estrela, uma característica que o destaca em meio a outros mundos semelhantes.

Identificado em 2010, o planeta foi mais um dos vários que foram encontrados pelo telescópio espacial Kepler durante suas atividades. Depois, o astrônomo e líder da pesquisa, Paul Dalba, junto de sua equipe, utilizou o observatório havaiano W.M. Keck para determinar o tamanho do planeta e sua densidade.

Eles ficaram surpresos com o que descobriram: “levar 218 dias para orbitar uma estrela é algo maior do que a maioria dos gigantes gasosos que já medimos”, comentou Dalba. Ele ressalta que, embora o Kepler tenha descoberto milhares de exoplanetas, apenas algumas dúzias deles tinham órbitas que duravam centenas de dias ou mais. Além disso, o planeta é como um meio-termo entre os gigantes do Sistema Solar, que estão bem longe da nossa estrela, e outros gigantes gasosos bem mais próximos de seus astros.

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Geralmente, os planetas gigantes se formam mais longe de suas estrelas, mas vão migrando para mais perto delas ao longo do tempo — mas, curiosamente, isso não aconteceu com o planeta em questão, o que pode trazer novas informações sobre o Sistema Solar. Embora a Terra esteja estável hoje, é possível que ela seja protegida por Júpiter contra objetos potencialmente perigosos. Mas, por outro lado, como são bem massivos, planetas como os nossos gigantes gasosos podem afetar as órbitas e até o desenvolvimento de mundos próximos.

Stephen Kane, astrofísico que participou do estudo, explica que os planetas gigantes e distantes de suas estrelas podem ajudar os cientistas a entenderem se o Sistema Solar pode ser considerado comum em termos de estabilidade e desenvolvimento. “Ainda não conhecemos muitos análogos a Júpiter e Saturno porque é bem difícil encontrar planetas assim tão longe”, completa. Por fim, a descoberta do Kepler-1514b será bastante útil para futuras missões da NASA, como o futuro telescópio espacial Nancy Grace Roman. Ainda mais poderoso que o Hubble e com lançamento estimado para esta década, é esperado que o instrumento produza imagens de planetas gigantes.

O artigo com os resultados do estudo pode ser acessado no repositório online arXiv, e foi apresentado durante a edição de 2021 da American Astronomical Society.

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Fonte: UC Riverside