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Galáxias sem matéria escura podem ser mais comuns do que imaginamos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Fevereiro de 2022 às 20h40

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NASA
NASA

Uma simulação do universo mostrou que galáxias sem matéria escura podem ser muito comuns, afinal. O estudo simulou a evolução de um “pedaço” do universo e revelou que as interações entre galáxias resulta em algumas roubando a matéria escura de outras.

Em 2018, astrônomos encontraram algumas galáxias sem matéria escura e ficaram chocados. É que, há pelos menos 40 anos, o modelo matemático e teórico mais aceito atualmente prevê que todas as galáxias do universo devem ter matéria escura. E muita!

Mesmo assim, algumas delas estavam desprovidas dessa “substância” misteriosa, sobre a qual nada se sabe (exceto que exerce força gravitacional sobre as galáxias). Enquanto alguns pesquisadores tentaram encontrar a matéria escura que faltava, outros sugeriram que os modelos deveriam ser revisados.

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Um novo trabalho, no entanto, simulou um pedaço de universo com cerca de 60 milhões de anos-luz de diâmetro em um computador, desde o Big Bang até os tempos atuais. As simulações são muito úteis quando respeitam as leis da física conhecidas porque mostram como os objetos devem ter se comportado ao longo dos bilhões de anos.

O resultado foi um tanto surpreendente: as galáxias menores perderam matéria escura à medida que interagiam com as maiores. Isso sugere que, quando uma galáxia grande como a nossa Via Láctea colide com outra menor, a matéria escura desta última é “roubada” antes mesmo da fusão entre as galáxias.

De acordo com os autores, o modelo utilizado na simulação é ainda mais confiável porque não foi criado com a intenção de mostrar galáxias sem matéria escura. “Não pressupomos as interações”, disseram. Em outras palavras, a programação estaria livre de vieses que pudessem comprometer a credibilidade do trabalho.

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Durante os últimos anos, astrofísicos tentam explicar as galáxias sem matéria escura, sem muito sucesso. Se for comprovado que isso pode ocorrer devido aos processos naturais de interações galácticas, este mistério poderia ser finalmente resolvido. Mas ainda é cedo para confirmar a hipótese.

Os próximos passos devem ser a observação do universo real, segundo os autores. “Um teste real será ver se essas coisas existem com a frequência e as características gerais que correspondem às nossas previsões”, disse James Bullock, da UCI (University of California, Irvine), um dos autores do estudo. Os resultados foram publicados na revista Nature.

Fonte: University of California