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Foguete que "se consome" pode levar Reino Unido ao mercado de satélites

Por| 07 de Outubro de 2020 às 12h12

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Reprodução/SpaceX/Pexels
Reprodução/SpaceX/Pexels

A Universidade de Glasgow, na Escócia, está sendo trabalhando em um motor de foguete que “se consome” há quase dois anos. O projeto, que será utilizado para levar pequenas cargas úteis para a órbita por meio da queima da estrutura como propelente, receberá apoio do governo do Reino Unido.

O ministério Defence & Security Accelerator (DASA), que é parte do Ministério da Defesa do Reino Unido, solicitou a soma de £90,000 — que equivale a cerca de U$ 117 mil — para o desenvolvimento do motor "autofágico" do foguete. Patrick Harkness, membro da universidade, explica que esta tecnologia é uma boa pedida para foguetes pequenos, porque “diminuir o foguete causa uma redução maior na massa do propelente do que de todos os outros componentes, inclusive dos tanques que o contêm”.

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Para ele, o conceito “autofágico” é simples: “queime os tanques também", resumiu. Assim, o excesso de massa é poupado permite reduzir as dimensões do veículo. O desenvolvimento técnico do foguete segue sob a condução de Krzysztof Bzdyk, que trabalhava na NASA e agora faz parte da equipe da universidade. Ele explica que o motor terá que se aquecer o suficiente para poder vaporizar o tubo de combustível, mas sem se destruir durante o uso. Então, a equipe planeja utilizar um tubo de combustível frio no motor para controlar a temperatura no processo de resfriamento regenerativo. “Mas mesmo assim, o teste terá que ser feito com materiais exóticos até entendermos bem as temperaturas no interior”, ressalta.

A equipe da universidade já realizou testes com uma versão de motor autofágico que queima todo o propelente sólido. Então, a verba do DASA vai ajudar nas pesquisas em busca de um propelente híbrido mais rico em energia, disse a equipe. Harkness diz que o corpo do foguete autofágico híbrido seria um tubo de combustível sólido com um oxidante líquido, onde sua estrutura seria consumida de baixo para cima por um motor que irá vaporizar o tubo, adicionar o oxidante e queimar essa mistura para gerar empuxo. “O motor terá consumido todo o corpo do foguete até o momento em que a formação alcançar a órbita, e a carga útil seria liberada. É um processo muito mais eficiente em relação à massa”, finaliza.

Se tudo correr bem, o motor híbrido será testado no ano que vem na Kingston University, localizada em Londres. Assim, a nova tecnologia de motor pode ajudar o Reino Unido a alcançar uma fatia maior do mercado de lançamento de satélites pequenos, que já tem dois nomes fortes: a SpaceX e Rocket Lab. "O Reino Unido tem o objetivo estratégico de garantir 10% da indústria espacial mundial até 2030, e acreditamos que nosso modelo de motor autofágico será importante para isso", disse Harkness. "Vamos continuar nosso trabalho para desenvolver o motor e ajudar o Reino Unido a encontrar seu lugar no espaço".

Fonte: Space.com, University of Glasgow, The Engineer