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Flúor encontrado em galáxia a 12 bilhões de anos-luz surpreende astrônomos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 04 de Novembro de 2021 às 13h00

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ESO/M. Kornmesser
ESO/M. Kornmesser

Os astrônomos sabem que, como todos os elementos da tabela periódica, o flúor é formado pelas estrelas, mas ainda não se sabia exatamente como o processo ocorre. Agora, uma equipe detectou “sem querer” o elemento em uma galáxia de formação estelar localizada a 12 bilhões de anos-luz de distância — e isso muda o que se sabia sobre o assunto.

Havia uma desconfiança de que o flúor poderia ser formado principalmente por um tipo de estrela conhecido como Wolf-Rayet. Elas são incrivelmente massivas e apenas alguns milhões de anos porque explodem em supernova muito cedo. Os processos nessas estrelas são tão extremos que podem fundir elementos que outras estrelas não conseguiriam produzir. Entre eles, o flúor.

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Mas isso é o que dizem os modelos astronômicos e, por mais que os modelos sejam baseados em algumas pistas encontradas no universo, os pesquisadores às vezes são surpreendidos com algo inesperado. Dessa vez, o inusitado foi encontrar uma quantidade bastante generosa de flúor em uma galáxia que já existia quando o universo tinha apenas 1,4 bilhão de anos.

Embora o flúor já tenha sido detectado em quasares distantes, essa é a detecção mais distante já feita em uma galáxia de formação estelar. A distância é um fator crucial, porque ela também indica a idade dos objetos cósmicos — se uma galáxia está a 12 bilhões de anos-luz de distância, significa que sua luz demorou 12 bilhões de anos para chegar até nós. Em outras palavras, ela já era uma galáxia evoluída quando o universo tinha 10% da sua idade atual, e já apresentava o flúor, que parecia ser um elemento difícil de “fabricar”.

Com todos esses fatores em consideração, a equipe de astrônomos concluiu que as estrelas da galáxia NGP 190387 formaram o elemento (sob a forma de fluoreto de hidrogênio) muito rapidamente, o que fortalece o modelo que aponta as Wolft-Rayet como principais fabricantes de flúor do universo. No passado, outros cenários foram propostos para explicar a produção do flúor, como as pulsações de estrelas do ramo das assimtóticas gigantes. No entanto, a equipe raciocina que estes cenários podem explicam completamente a quantidade de flúor detectada na NGP 190387.

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Maximilien Franco, da Universidade de Hertfordshire no Reino Unido e que liderou o novo estudo, brincou, dizendo que “as estrelas Wolf-Rayet, que se encontram entre as mais massivas que conhecemos e podem explodir de forma violenta quando chegam ao final das suas vidas, nos ajudam, de certo modo, a manter uma boa higiene bucal!”.

O artigo que descreve a descoberta foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: ESO