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Exoplaneta gasoso em formação pode ter nascido de "método alternativo"

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Abril de 2022 às 15h20

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NASA, ESA, Joseph Olmsted (STScI)
NASA, ESA, Joseph Olmsted (STScI)

O telescópio espacial Hubble encontrou um protoplaneta jovem parecido com Júpiter, que parece estar passando por um processo de formação planetária pouco usual. Chamado “AB Aurigae b”, o exoplaneta é um gigante gasoso a cerca de 531 anos-luz da Terra e pode ter vindo de um processo chamado “instabilidade de disco”, conhecido por ser violento e instável.

O gigante gasoso AB Aurigae b está em formação, envolvido por um disco protoplanetário de gás e poeira. Este disco cerca uma estrela jovem, com cerca de 2 mihões de anos, idade parecida com aquela que o Sistema Solar tinha durante a formação planetária. “A natureza é inteligente, e pode produzir planetas de várias formas diferentes”, disse Thayne Currie, autor que liderou o estudo.

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Os cientistas já sabem que os planetas rochosos e gasosos são formados pelo disco circunstelar, formado por matéria acumulada ao redor de uma estrela. Já no caso dos planetas jovianos (aqueles massivos como Júpiter), a teoria mais amplamente aceita descreve que vêm de um processo de acreção do núcleo: eles surgem como pequenos objetos que vão crescendo conforme colidem e unem fragmentos ao orbitar a estrela; de pouco a pouco, o núcleo recém-formado acumula gás do disco.

Contudo, AB Aurigae b chama a atenção por orbitar sua estrela a uma distância equivalente ao dobro daquela que separa o Sol e Plutão. Como está bem longe dela, o esperado era que levasse um longo período para se formar, mas mesmo assim, o protoplaneta é bem jovem e já parece ser nove vezes mais massivo que Júpiter.

Para os autores do estudo, isso só seria possível se o protoplaneta tivesse sido formado através do mecanismo conhecido como “instabilidade de disco”. Neste cenário, o disco ao redor da estrela esfria e a gravidade faz com que se rompa em um ou mais fragmentos de massa planetária. Esta conclusão veio de comparações de dados do telescópio Hubble com outros obtidos pelo telescópio Subaru, instalado no Havaí.

Olivier Guyon, da Universidade do Arizona, acredita que os resultados representam a importância da combinação das observações espaciais e de solo. “O AB Aurigae b foi agora observado em comprimentos de onda múltiplos, e uma imagem consistente emergiu — uma que é muito sólida'', explicou.

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Já Alan Boss, da Carnegie Institution of Science in Washington, acredita que a descoberta é uma evidência forte de que alguns planetas gigantes gasosos podem, de fato, ser formados pelo mecanismo de instabilidade do disco. “No fim, a gravidade é tudo o que conta, já que os restos do processo de formação estelar vão acabar unidos por ela para formar planetas, de um jeito ou de outro”, concluiu.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; Via: Space.com, Hubble