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Estudar a Terra com o Hubble pode ajudar a achar sinais de vida em exoplanetas

Por| 14 de Agosto de 2020 às 21h00

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NASA
NASA

Uma equipe de astrônomos estudou o último eclipse lunar com o telescópio Hubble e conseguiu identificar o ozônio presente na atmosfera do nosso planeta, gás que atua como uma espécie de “protetor solar” da Terra. O diferencial aqui é que, neste método, eles estudaram a Terra como se fosse um exoplaneta para testar a possibilidade de astrônomos e astrobiólogos buscarem a vida em outros planetas por meio das bioassinaturas. O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astronomical Journal.

No estudo, o astrônomos utilizaram a Lua como um espelho: o satélite natural refletiu a luz solar que havia atravessado a atmosfera da Terra. Depois, essa luz foi refletida de volta para as lentes do telescópio. Assim, observar eclipses é uma possibilidade de reproduzir condições sob as quais outros telescópios poderão analisar as atmosferas de exoplanetas, que podem conter substâncias importantes para a busca de formas de vida.

A fotossíntese é o processo responsável pelos altos níveis de oxigênio e pela camada de ozônio que reveste nosso planeta. Assim, o oxigênio e o ozônio são considerados bioassinaturas, porque são produtos do oxigênio molecular, que pode ser um produto da vida, explica Allison Youngbloog, pesquisadora do Laboratory for Atmospheric and Space Physics e autora líder do estudo. Entretanto, é importante manter a cautela: sozinho, este gás não significa necessariamente a existência de vida. “Seriam necessárias outras bioassinaturas para concluirmos que houve vida no planeta, e essas bioassinaturas podem não necessariamente ser vistas na luz ultravioleta”, pontua.

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Por isso, a melhor forma de encontrar uma bioassinatura que tenha realmente sido produzida por formas de vida é buscar combinações delas em comprimentos de onda específicos. Giada Arney, cientista espacial do Goddard Space Flight Center, explica que a Terra tinha pouquíssimo ozônio em sua atmosfera antes do período Proterozóico, quando a fotossíntese aumentou os níveis de ozônio e oxigênio para aqueles que existem hoje. “Como a assinatura de luz ultravioleta do ozônio é forte, podemos esperar encontrar pequenas quantias de ozônio”. Para ela, o comprimento de onda ultravioleta pode ser a melhor opção para identificar vida fotossintética em planetas com baixos níveis de oxigênio.

O observatório James Webb Space Telescope pode ser capaz de realizar medidas na luz infravermelha, e traria a possibilidade de identificar metano e oxigênio na atmosfera dos exoplanetas. Se tudo correr bem, essa missão será lançada em 2021.

Fonte: Space Daily, Eurekalert