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Estrutura gigantesca encontrada na Via Láctea poderia ser novo braço espiral

Por| Editado por Patricia Gnipper | 06 de Agosto de 2021 às 12h44

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NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC/Caltech)
NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC/Caltech)

As recentes descobertas sobre a Via Láctea podem mudar completamente a compreensão que temos sobre nossa galáxia. Há poucos dias, um artigo mostrou que os braços espirais devem ter tamanhos parecidos, ao contrário do que os modelos nos mostram. Agora, uma equipe de pesquisadores da China descobriu uma estrutura gigantesca que poderia ser um braço desconhecido — ou algo ainda mais estranho.

Batizada de Taboa, a estrutura parece ser uma espécie de filamento de gás muito longo. Se este for o caso, trata-se do maior e mais distante filamento já descoberto em nossa galáxia. O problema é que ninguém sabe dizer como ele foi produzido nas extremidades da Via Láctea, já que essas estruturas de gás costumam se formar mais perto do centro galáctico.

Por outro lado, se Taboa for um braço até então não identificado, os astrônomos terão algum trabalho para explicar porque ele não acompanha a curvatura do disco galáctico. É que a Via Láctea, de acordo com os mapeamentos baseados na medição das distâncias das estrelas mais periféricas, apresenta um disco em formato de "S" como resultado da interação gravitacional com outras galáxias.

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Foi através do radiotelescópio de quinhentos metros FAST que a equipe liderada pelo astrônomo da Universidade de Nanjing Chong Li encontrou Taboa. A princípio, a pesquisa tinha como objetivo procurar nuvens de hidrogênio atômico neutro, normalmente encontradas nos braços espirais das galáxias. Esse tipo de estudo ajuda a mapear a disposição dos braços da Via Láctea por dentro.

Em agosto de 2019, o FAST havia revelado uma espécie de estrutura, que se movia a uma velocidade consistente com uma distância de cerca de 71.750 anos-luz do centro da galáxia. Isso a coloca na periferia da Via Láctea, em uma região mais afastada do que qualquer braço espiral conhecido. O tamanho da estrutura foi então estimado em cerca de 3.590 anos-luz de comprimento e 675 anos-luz de largura.

Quando os pesquisadores combinaram esses dados com as informações de uma pesquisa chamada HI4PI all-sky HI, eles descobriram que Taboa poderia ter, na verdade, incríveis 16.300 anos-luz de comprimento. Até 2020, a maior estrutura de gás era o recém-descoberto cinturão de Gould, com 9.000 anos-luz de comprimento e 400 anos-luz de largura.

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Seja qual for a natureza de Taboa — filamento de gás ou um novo braço espiral — novas observações serão necessárias para compreender como ela se formou, por que está tão distante do centro galáctico e por que nunca havia sido detectada antes. A descoberta foi descrita em um artigo aceito no The Astrophysical Journal Letters, mas está disponível no servidor de pré-impressão arXiv para quem quiser ler e conferir as imagens.

Fonte: ScienceAlert