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Estrelas "vampiras" podem estar escondidas em sistemas binários

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Novembro de 2023 às 10h52

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ESO/M. Kornmesser/S.E. de Mink
ESO/M. Kornmesser/S.E. de Mink

Parece que alguns sistemas estelares que, à primeira vista, aparentam ter só duas estrelas, têm um terceiro membro — e esta estrela escondida pode ajudar a empurrar suas vizinhas uma em direção à outra, enquanto se alimenta de uma delas. A descoberta da “estrela vampira” foi feita por cientistas da Universidade de Leeds, e pode revelar novos processos da evolução estelar.

Tais estrelas são conhecidas desde 1866. Elas são chamadas de estrelas Be e são uma subcategoria do tipo B, formada por estrelas brilhantes e até 16 vezes mais massivas que o Sol. Só que, apesar de os astrônomos saberem da existência destas estrelas há alguns séculos, há uma característica delas que segue um mistério.

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Estas estrelas Be são cercadas por anéis de gás extremamente aquecido, e ainda não se sabe exatamente como são formados. Uma possibilidade é que tenha relação com a rotação da estrela, que faz com que ela capture material de sua vizinha — e esta matéria, por sua vez, faz com que a vampira gire cada vez mais rápido.

Estrelas vampiras

Tal possibilidade já havia sido apontada em um estudo publicado no ano passado, e agora, as descobertas da equipe apoiam a teoria. Para o estudo, eles observaram o movimento das estrelas em períodos longos e curtos; a ideia é que, se a estrela se movesse em linha reta, ela provavelmente estaria sozinha. Mas, se os pesquisadores notassem uma oscilação ou um movimento espiral, isso indicaria que havia mais de uma delas ali.

Eles aplicaram o princípio a um grupo de estrelas B e outro, das estrelas Be, e descobriram que estas pareceram ter uma taxa menor de vizinhas que aquelas do tipo B. René Oudmaijer, autor que liderou o estudo, acredita que esta ausência pode acontecer porque algumas estrelas passam a ter brilho fraco demais após o “ataque” das vampiras Be.

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A equipe notou também que as distâncias entre os sistemas de estrelas B e Be parecem ser iguais, e ficaram intrigados. Para eles, tudo isso implica que há uma terceira estrela nos sistemas Be, que estaria empurrando uma estrela em direção a outra. Quando a “vítima” fica próxima o suficiente, ela passa a perder massa. Como não cai diretamente na vampira, a matéria perdida forma primeiro o disco ao redor da estrela vítima.

Segundo os autores, estudos feitos nos últimos 10 anos mostraram que os sistemas binários são de enorme importância para a evolução estelar — agora, o novo estudo indica que sistemas triplos também são significativos. “Estamos agora seguindo em direção à ideia de que é ainda mais complexo, e que estrelas triplas precisam ser consideradas”, concluiu Oudmaijer.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society; Via: University of Leeds