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Estrela parecida com o Sol é flagrada devorando um de seus planetas

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/M. Garlick/M. Zamani
Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/M. Garlick/M. Zamani

Pela primeira vez os astrônomos observaram uma estrela gigante devorar seu próprio planeta — exatamente como o Sol um dia fará com alguns dos mundos rochosos do Sistema Solar, em um futuro muito distante. A descoberta confirma os modelos atuais de evolução estelar e fornece oportunidades para estudos mais detalhados.

Localizada a 13.000 anos-luz de distância, a estrela ZTF SLRN-2020 foi observada com o instrumento Gemini South Adaptive Optics Imager, do telescópio Gemini, em sua metade que opera no hemisfério Sul. Com ele, os astrônomos viram a primeira evidência direta de uma gigante vermelha em expansão engolindo um de seus planetas.

As gigantes vermelhas são formadas quando estrelas de baixa massa — como o nosso Sol — encerram seus ciclos de fusão de hidrogênio em seus núcleos. Para manter o equilíbrio entre a pressão das reações de fusão em seus núcleos e a força gravitacional de sua massa, elas se despojam de suas camadas externas.

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Com isso, a estrela passa a fundir hidrogênio não mais em seu núcleo, mas nas camadas externas, que se expandem por milhões de quilômetros. Essa fase de gigante vermelha pode durar cerca de 1 bilhão de anos, o que é pouco em comparação aos 10 bilhões de anos na sequência principal (fase de fusão nuclear de hidrogênio, na qual o Sol se encontra hoje).

Quando a gigante vermelha alcança e engole um de seus planetas, ocorre uma explosão de energia e material, que pode ser detectado pelos telescópios como o Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer (NEOWISE) da NASA — um dos instrumentos que confirmaram a descoberta por meio de dados coletados em infravermelho.

Essa explosão no sistema ZTF SLRN-2020 durou aproximadamente 100 dias e permitiu a medição da massa da estrela (0,8 a 1,5 massas solares) e de seu planeta devorado (1 a 10 vezes a massa de Júpiter). O material ejetado pelo processo tinha 33 massas terrestres apenas em hidrogênio e cerca de 0,33 massas terrestres de poeira.

Toda essa matéria ejetada “é mais material formador de estrelas e planetas sendo reciclado, ou jogado fora, no meio interestelar, graças à estrela comendo o planeta”, disse Ryan Lau, astrônomo do NOIRLab e coautor do estudo, publicado na revista Nature.

Atualmente, o Sol tem cerca de 4,6 bilhões de anos, o que lhe garante (se as teorias estiverem corretas) mais 5,4 bilhões de anos. Depois, se tornará uma gigante vermelha, com raio equatorial 200 vezes maior que o atual, e até 5000 vezes mais brilhante. Esse tamanho será o suficiente para engolir Mercúrio, Vênus e a Terra.

Fonte: NatureNOIRLab, NASA

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