Estrela rara viaja pela Via Láctea 1.500 vezes mais rápido que o som
Por Danielle Cassita | •

Astrônomos e cientistas cidadãos descobriram uma possível estrela rara anã marrom viajando pela Via Láctea a incríveis 1,9 milhão de quilômetros por hora, o equivalente a 1.500 vezes a velocidade do som. Esta “estrela fracassada” está seguindo rumo ao centro da nossa galáxia, mas está se movendo tão rapidamente que pode muito bem acabar escapando da Via Láctea.
Como qualquer estrela, as anãs marrons vêm do colapso das nuvens moleculares, grandes nuvens de gás e poeira.
Só que, ao contrário do que acontece com as estrelas “verdadeiras”, as anãs marrons não têm massa suficiente para gerar a pressão e temperatura necessárias para a fusão nuclear em seus núcleos — por isso, elas são popularmente conhecidas como “estrelas fracassadas”.
Mesmo assim, as anãs marrons têm de quatro a 80 vezes a massa de Júpiter. CWISE J1249+3621, a estrela “apressada” em questão tem massa que a coloca em uma espécie de meio-termo entre uma estrela propriamente dita e uma anã marrom.
“A baixa massa é significativa, porque esta é a ‘estrela’ de alta velocidade menos massiva já encontrada”, comentou Adam Burgasser, autor que liderou o estudo.
No momento, a estrela está a cerca de 400 anos-luz da Terra. Os autores ainda não sabem exatamente o que a fez se mover tão rapidamente, mas têm algumas suspeitas.
“A estrela pode ter sido ‘chutada’ do centro da Via Láctea por Sagittarius A*, nosso buraco negro supermassivo, um processo que costuma ser usado para explicar a origem de outras estrelas de hipervelocidade”, comentou.
Como a estrela está indo em direção ao centro, é possível que ela esteja na “viagem de volta” após ter sido ejetada.
Outra possibilidade é que a possível anã marrom tenha sido parte de um sistema binário composto por uma anã branca, que estava capturando sua matéria.
O processo leva a anã branca a explodir em supernova, evento capaz de dar o “empurrãozinho” necessário para a CWISE J1249+3621 se mover a velocidades impressionantes.
Os autores planejam continuar estudando CWISE J1249+3621 para descobrir o que pode ter acontecido para ela se mover tão rapidamente. Ainda, eles planejam observar sua atmosfera mais detalhadamente, pois ela pode conter alguma pista da sua origem.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório arXiv.
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