Este telescópio espacial conta com parte fabricada em impressão 3D com titânio

A missão Athena, da ESA (Agência Espacial Europeia), está prevista para lançar seu telescópio espacial em 2031 para para “enxergar” entre 10 a 100 vezes mais longe — isso em relação aos instrumentos de raios-X anteriores. Será necessária uma tecnologia óptica totalmente nova, e a ESA está construindo o que chamou de “maior e mais complexo objeto já impresso em 3D com titânio”.

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Esse objeto será uma versão de teste da bancada ótica de 3m de diâmetro, uma espécie de plataforma que ficará no centro do observatório espacial para acomodar os equipamentos ópticos. Para essa fabricação sem precedentes, a ESA se juntou ao Instituto Fraunhofer, da Alemanha, que utiliza dois braços robóticos para imprimir a peça gigantesca.

Enquanto um dos braços robóticos constrói cada nova camada de metal com um laser para derreter o pó de titânio, o outro elimina quaisquer imperfeições usando uma ferramenta de fresagem criogênica. Como este é um experimento, o projeto final da bancada óptica do Athena ainda não foi definido, então pode ser que o titânio não seja utilizado no telescópio real. Contudo, a ESA não descarta a possibilidade de usar este material.

A bancada terá a tarefa de alinhar e proteger cerca de 600 módulos de espelho, que serão empilhados e organizados cuidadosamente para capturar e focar os raios-X de alta energia que vêm de anos-luz de distância. A estrutura deve ser construída com altíssima precisão, em uma escala de algumas dezenas de micrômetros, e não pode haver nada que cause uma contaminação de elementos que enfraqueçam o titânio. Para isso, sensores detectam imediatamente qualquer elemento fora da tolerância.

Erich Neubauer, diretor administrativo da RHP Technology, explica que o método tradicional de fabricação resulta em um desperdício de “mais de 80% do material”. Com a tecnologia adotada nesse experimento, a equipe foi capaz de “demonstrar um material significativo e economia de custos”.

O Athena (sigla para Advanced Telescope for High-ENergy Astrophysics) será uma missão com o objetivo de investigar o “universo quente e energético”, que é o tema de estudo da A astrofísica de alta energia. Essa pesquisa geralmente envolve o estudo do gás quente em aglomerados de galáxias, que são provavelmente os objetos mais massivos do universo, e também analisa o acúmulo de gás quente ao redor de buracos negros supermassivos que vivem no centro de cada galáxia.

Fonte: ESA