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Esta estrela fotografada pelo Hubble pode explodir em supernova em breve

Por| Editado por Patricia Gnipper | 04 de Maio de 2021 às 14h00

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NASA/ESA/L. Hustak/F. Summers/A. Pagan/J. DePasquale
NASA/ESA/L. Hustak/F. Summers/A. Pagan/J. DePasquale

O Telescópio Espacial Hubble comemorou 31 anos no finalzinho de abril e, para celebrar, sua equipe compartilhou uma imagem fabulosa de uma das estrelas mais luminosas do céu, a AG Carieae. Além de famosa por várias razões, a estrela pode explodir em uma supernova — e talvez isso não demore muito a acontecer.

Classificada como uma variável azul luminosa, a AG Carinae está a uma distância de 20 mil anos-luz. Embora seja muito brilhante, com magnitude absoluta de – 8, a poeira intermediária atrapalha os que desejam vê-la aqui na Terra com telescópios comuns. Por isso, seu brilho aparente, ou seja, o brilho que vemos no céu noturno, é medido em magnitude de apenas 5,7 e 9,0 (quanto maior o número, menor o brilho).

Ainda assim, é uma estrela muito visada pelos astrofotógrafos, e há muitos motivos para isso. Um deles é que ela está cercada por uma nebulosa de material que a estrela ejetou em uma explosão que ocorreu há cerca de 10 mil anos. Esse material ejetado é equivalente a 10 vezes a massa do Sol e a nebulosa tem aproximadamente 5 anos-luz de diâmetro, um pouco mais do que a distância entre o Sol e o sistema Alpha Centauri.

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Além da explosão em si, que empurrou o material em alta velocidade, os ventos estelares da AG Carinae também varrem a nebulosa, que continua em expansão. Os ventos da estrela supermassiva são tão intensos que chegam a uma velocidade 10 vezes superior à da matéria ejetada pela explosão. Apesar de ter perdido boa parte de matéria quando formou a nebulosa, a estrela ainda tem aproximadamente 70 vezes a massa do Sol.

Em alguns pontos ao redor da estrela, o vento conseguiu atravessar a superfície da nebulosa, e dispersou a matéria ainda mais. Isso pode ser visto no brilho vermelho fraco, na parte superior esquerda da imagem do Hubble. O modelo 3D visto no vídeo abaixo é baseado nas imagens do Hubble e dados espectroscópicos do movimento da nebulosa. A emissão do gás ionizado é exibido em vermelho, enquanto a poeira que reflete a luz da estrela aparece em branco-azulado.

Parece bastante provável que a AG Carinae esteja prestes a explodir em supernova. É que variáveis ​​azuis luminosas como esta têm vida muito curta e encerram seu ciclo de forma violenta. Como parte desse ciclo de vida, elas ocasionalmente emitem uma grande explosão que cria uma espécie de concha brilhante ao seu redor — exatamente como essa que vimos na imagem do Hubble. Explosões como essa acontecem apenas uma ou duas vezes durante a vida desse tipo de estrela.

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Quando a pressão no interior da estrela a expande muito, ela empurra o material para fora de si mesma e, em seguida, colapsa de volta a um estado mais estável por alguns milhões de anos. Se a explosão da AG Carinae foi há 10 mil anos, pode ser que ela esteja perto de se tornar instável novamente até colapsar em sua própria gravidade. Se estivermos aqui para presenciar o evento, será uma oportunidade única de testemunhar uma supernova do início ao fim.